Jogando Com Elas na Copa do Mundo

Jogando Com Elas na Copa do Mundo

Lou Cardoso

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O futebol feminino ganhou uma torcida especial com o site Jogando Com Elas. Criado por um grupo de estudantes de Jornalismo da UniRitter, o site tem propósito de ampliar o espaço que o esporte disputado por mulheres merece na mídia e apoiá-las na luta contra o machismo e o preconceito.

Idealizado por João Cammardelli e Guilherme Maia durante uma disciplina do curso, a dupla ainda conta com mais três jovens na equipe: Victória Alfama, Laura Traverso e Marina Neutzling. Em atividade desde primeiro semestre de 2018, o Jogando com Ela já teve boas conquistas. “Com pouco mais de seis meses de projeto, alcançamos bons resultados e entrevistas com personalidades do cenário esportivo no Brasil, como repórteres e jogadoras profissionais”, afirmou Cammardelli.

Com a empolgação do Jogando Com Elas em alta, o grupo deseja colocar em prática uma pauta oportuna para o projeto: a cobertura da Copa do Mundo de futebol feminino. A competição ocorre em junho, na França, e, para isso, a equipe está em busca de apoios para a realização deste sonho. “Estamos entrando em contato com diversas empresas para oferecer parcerias. A ideia inicial é acompanhar todos os jogos do Brasil, além das partidas de outras seleções importantes, como Estados Unidos e a própria França. Gostaríamos que fosse toda a equipe, mas devido ao valor, não sabemos se será possível, por isso estamos buscando parcerias”, disse o estudante.

Entre as ações para angariar fundos, a turma lançou uma vaquinha online para receber doações. O link encontra-se aqui. “Faremos matérias de todos jogos da competição, com foco nas partidas acompanhadas no estádio, além de conteúdos em vídeo para o nosso canal do YouTube, que será lançado em breve”, prometeu o jovem.

“Também é nosso lugar”

Uma das integrantes da equipe, Victória Alfama, recebeu a indicação do projeto através de um professor da faculdade que sabia do seu interesse em jornalismo esportivo. “Fiquei fascinada pela forma como eles abordavam a base do futebol feminino e todas as competições. Quis fazer parte do projeto porque ele integra o futebol feminino justamente por ser um assunto que tem pouca divulgação e que merece o mesmo reconhecimento do futebol masculino”, reconheceu.

Segundo Victória, buscar um protagonismo feminino em um meio predominantemente masculino não é uma tarefa fácil e sabia que deveria sempre trabalhar em dobro por causa da cobrança. “Infelizmente muitos ainda pensam que o mundo esportivo, principalmente o futebol, não nos pertence. O maior desafio é passar por situações de preconceito diário dentro do ambiente de trabalho”, lamentou.

Porém, o desafio não desanima a jovem estudante. “Não podemos desistir de fazer o nosso trabalho. É importante saber que também é nosso lugar e que devemos ocupar ele de todas as formas, tanto dentro do campo quanto fora.”

Ano importante

Cammardelli projetou que 2019 deve ser um período motivador para o Jogando com Elas. “O resultado que nós já tivemos nesse curto período nos motiva cada dia mais para continuar e seguir dando voz para as mulheres que lutam tanto para seguir carreira no meio esportivo e, que no futuro, todos possam trabalhar de forma igual e confortável. Se o Jogando Com Elas mudar um pouco o cenário atual, já vou me sentir feliz e realizado.”


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