Foco no trabalho em equipe

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Robson de Oliveira Souza é o novo Superintendente da Polícia Rodoviária Federal

Correio do Povo

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A Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio Grande do Sul tem novo comando. Natural de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Robson de Oliveira Souza, 40 anos, chefia quase 850 agentes que atuam em mais de 6 mil quilômetros de rodovias federais gaúchas. Com formação de engenheiro eletricista, ele é pós-graduado em Segurança Pública e está desde 2005 na PRF, onde passou por diversas funções no Rio Grande do Sul.

Como um mineiro se adaptou ao Rio Grande do Sul? O que mais aprecia no RS?

Eu já moro no Rio Grande do Sul há muito tempo, quase 17 anos. Minha carreira na Polícia Rodoviária Federal foi toda desenvolvida aqui. A adaptação ao Estado foi fácil, pois aqui é organizado e tem um povo muito trabalhador. Essa é uma característica que admiro muito no povo gaúcho, eu também sou assim, gosto muito de trabalhar e fazer o melhor pela sociedade. Trabalhei na região de fronteira, no Interior e na Capital e sempre contei com colegas muito corretos, honestos e leais. O que mais aprecio são essas características dos gaúchos, um povo trabalhador, de muita garra e caráter, além de muito hospitaleiro.

Um engenheiro eletricista que se tornou policial rodoviário federal: alguma influência foi determinante?

Desde criança tinha muito interesse pelo trabalho policial. É uma profissão muito nobre, em que colocamos nossas vidas em risco para ajudar pessoas que nem conhecemos. Ela exige muita doação, mas ao mesmo tempo nos dá a oportunidade de ajudar o próximo enquanto trabalhamos. Eu fiz o concurso da PRF em 2004, no meu último ano na universidade, e fui chamado depois de sete meses de formado. Eu gostava de Engenharia também, mas o encanto e admiração pela Polícia Rodoviária Federal falou mais alto. Minha família também me apoiou desde o primeiro momento em que cogitei entrar na instituição. A formação em Engenharia acaba nos ajudando em qualquer profissão pela objetividade na solução dos mais variados problemas. No policiamento nas rodovias não temos rotina, a cada plantão são diferentes desafios que surgem, nos permitindo viver experiências variadas, mas chegar em casa com a sensação do dever cumprido é o mais recompensador.

O que significa comandar a PRF?

Comandar a PRF no Rio Grande do Sul significa participar de forma direta da melhoria da segurança da população, o que significa também muito trabalho para quem está à frente da gestão da Superintendência. A promoção da segurança pública, proteção de vidas e garantia da mobilidade nas rodovias federais e áreas de interesse da União fazem parte da missão da PRF. É uma honra e uma responsabilidade muito grande estar à frente da PRF no Rio Grande do Sul, pois trata-se de uma instituição muito respeitada no Brasil e no mundo, que presta um serviço essencial para a população.

Como será a gestão do senhor? Qual a marca que pretendes deixar?

A minha gestão será caracterizada por um forte trabalho em equipe. Temos profissionais muito qualificados, tanto na gestão quanto na atividade finalística do órgão. Nosso papel, além de dar direcionamento às atividades operacionais, é dar condições de trabalho aos policiais, com a melhoria da infraestrutura existente, continuidade dos investimentos em tecnologia e inteligência e integração com outros órgãos. Além disso, precisamos cuidar dos nossos policiais, servidores e colaboradores, da saúde física e mental de todos e também valorizar os nossos aposentados, que muito contribuíram para trazer a PRF ao patamar de reconhecimento que tem hoje. Continuaremos buscando melhorar cada vez mais nossas ações na prevenção e repressão de crimes, na redução da violência no trânsito e na garantia da mobilidade nas rodovias federais.

A PRF tem se destacado pelas apreensões expressivas de drogas, sendo recolhidas mais de 30 toneladas de maconha e quase 1,7 tonelada de cocaína em 2021. Como será o combate ao narcotráfico na sua administração?

A PRF tem destaque mundial quando se fala em enfrentamento ao tráfico de drogas, e no Rio Grande do Sul não é diferente. Os números são realmente expressivos e a experiência dos nossos policiais, aliada aos investimentos em tecnologia e inteligência, tem contribuído cada vez mais para os resultados apresentados. Continuaremos com este trabalho, com o objetivo de desestimular e desestruturar as ações criminosas. Nossos policiais são muito qualificados no combate a esse tipo de crime.

Nesse sentido, como o senhor vê os desafios no enfrentamento do narcotráfico, que tem o RS como destino final ou rota?

Diversos outros crimes violentos estão relacionados ao narcotráfico, o que faz com que o enfrentamento a esse tipo de crime traga benefícios incalculáveis à sociedade. Muitos crimes que ocorrem dentro das cidades, como homicídios e roubos, têm relação com o tráfico de drogas. Estrangular essa logística é uma das nossas prioridades. A PRF tem uma grande expertise nas ações de enfrentamento ao narcotráfico e a integração com os demais órgãos de segurança pública podem trazer resultados cada vez mais expressivos e proporcionar maior segurança para a população.

Outra preocupação certamente é a repressão ao contrabando.

Pela proximidade com outros países, os crimes de contrabando e descaminho reverberam grandes apreensões pela PRF aqui no Estado. Eles também se relacionam com outros crimes. Em várias apreensões realizadas pela PRF verificou-se que eram utilizados veículos roubados ou furtados e eram presos criminosos com vasto e variado histórico criminal. Assim, o enfrentamento ao contrabando também pode contribuir com a redução de outros crimes, além de proteger a saúde pública e evitar a concorrência desleal com aqueles que trabalham dentro da legalidade.

Em relação aos acidentes e infrações de trânsito, quais as atenções que serão dadas?

Continuaremos usando as estatísticas no planejamento das nossas ações de segurança viária. Combater aquelas condutas que geram maiores riscos de acidentes graves devem ser a prioridade do nosso trabalho. As fiscalizações de embriaguez ao volante são rotina nas nossas rodovias e continuarão sendo realizadas. Precisamos continuar buscando fazer com que a população compreenda que álcool e direção não combinam, pois essa é uma das principais causas de acidentes graves. Também manteremos o foco nas ações educativas. Nosso objetivo é salvar vidas.

Como tem sido a integração com outras instituições da segurança pública?

A colaboração mútua entre as instituições de segurança pública é essencial. A população quer segurança e quanto mais em sintonia trabalharem os órgãos, melhores serão os resultados na redução dos indicadores criminais. Trabalhamos em conjunto com órgãos federais, estaduais e municipais, tanto na área de inteligência quanto em operações conjuntas ou integradas.

 


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