Geromel: "Preciso estar preparado, não importa o adversário"

Geromel: "Preciso estar preparado, não importa o adversário"

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Roger teve a humildade de sair quando achava que não tinha mais nada a oferecer ao grupo Foto: Daiana Camilo / Especial / CP "Roger teve a humildade de sair quando achava que não tinha mais nada a oferecer ao grupo"
Foto: Daiana Camillo / Especial / CP


CP – Após a afirmação como titular, como foi teu segundo momento no Grêmio?
Geromel -
Tivemos a sorte de terem contratado o Roger, que nos fez evoluir. Estávamos numa situação econômica muito desfavorável. Quando cheguei, o Grêmio tinha jogadores como Kleber, Zé Roberto, Marcelo Moreno. A condição salarial era boa e qualidade era muito elevada. Seis meses depois, todo mundo foi embora e a direção se viu na obrigação de fazer economias, ganhar títulos e ainda pagar dívidas de outras gestões. Era uma situação complicada. Mas quando eu renovei o meu contrato, o presidente fez um projeto bem interessante. Ele falou que não poderia fazer investimentos no momento por causa da situação econômica, mas, mesmo assim, tentaria de tudo para ter sucesso esportivo. Achar esse equilíbrio é muito difícil - deixar de gastar e ganhar - porque você concorre contra Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, que gastam R$ 50, 60 milhões investindo em jogadores. Na teoria, eles têm os melhores jogadores e, portanto, a probabilidade de ganharem é muito maior. Com a qualidade do trabalho do Roger e do grupo, conseguimos ficar em terceiro no Brasileirão e disputar a Libertadores, que era nosso objetivo. Ganhei o prêmio de melhor zagueiro do campeonato e o terceiro ano foi o meu melhor da minha carreira profissional. Fui convocado para Seleção, fui eleito o melhor defensor novamente e fomos campeões da Copa do Brasil.

CP- O que faltou para o Grêmio conquistar um título com o Roger?
Geromel - O Roger teve a humildade de sair quando achava que não tinha mais nada a oferecer ao grupo. Ele ficou aqui por um ano e meio e fez um trabalho muito bom. Renato pegou um grande lastro desse trabalho numa fase final do campeonato e soube gerir o grupo, conseguindo tirar o máximo de cada um.

CP - Jogador também sente que o técnico não tem mais o que tirar do grupo? 
Geromel - Cada um na sua competência, não é? Eu ainda não tenho esse discernimento. Eu só penso em jogar e agora já perdemos o Gauchão. A Copa do Brasil vai começar, assim como o Campeonato Brasileiro e teremos o Botafogo pela frente. A gente quer fazer muita coisa e acaba não fazendo nada. O Roger teve essa humildade. O Roger até tentou ir embora antes, mas juntamos eu e mais alguns jogadores e pedimos para ele ficar. "O nosso grupo era limitado. Você tem que ficar senão a gente não vai sair do lugar". Mas ele ficou mais uma semana e depois não quis mais.

CP - Renato chegou e, de uma hora para outra, mudou tudo?
Geromel - A chegada dele foi maravilhosa. Fiquei surpreso com a qualidade do trabalho dele. Ele tem ideias semelhantes às do Tite. O Renato entende muito de futebol, taticamente ele é muito bom. Ele fala muita coisa no trabalho de campo, questão de posicionamento. O Renato tem muito mérito pela gente ter sido campeão e pelo trabalho que está sendo desenvolvido esse ano.

CP - A mudança da marcação na defesa foi decisiva para vocês porque, com a marcação individual, é mais fácil encontrar quem errou?
Geromel
- Renato pode até falar algumas coisas, mas não pensa dessa forma. Mais importante do que quem errou é não tomar gols, não perder jogos pela bola parada. Se marcar zona ou homem a homem, tanto faz, quem decide é o treinador. O importante é não tomar gols.

CP - Jogos de Libertadores são diferentes?
Geromel - Libertadores é Libertadores. É a maior competição continental, a gente entra com outro espírito. Há vários fatores que influenciam. O Grêmio é um time “copero” e tenho certeza de que vai garantir a classificação contra o Zamora.

CP - Libertadores é a competição do ano para o Grêmio?
Geromel - É difícil dizer porque é uma competição muito difícil, com os melhores times dos continentes. Vamos fazer de tudo para ser campeão, ainda mais depois da festa do ano passado. Vamos fazer tudo para que isso aconteça.

CP - Tu acha que o Grêmio tem condição de ir bem no mata-mata e administrar outras competições paralelas?
Geromel - A direção contratou jogadores que vieram para qualificar o grupo. O plantel ficou mais encorpado e temos mais qualidade. Quem ganha com isso é o Grêmio.

CP - Um leitor mandou uma pergunta e questiona se tu te sente como ídolo do Grêmio.
Geromel - É um prazer enorme, todo o lugar que eu vou o pessoal me aborda, quer tirar foto, sempre tiro o máximo que eu posso. Conquistar o primeiro título da Arena foi uma sensação única, foi fabuloso. Toda vez que você fica ali no túnel para entrar dentro de campo, você vestindo a camiseta do Grêmio, a torcida te apoiando, a Geral sempre cantando... maior motivação do que isso não tem.

Por Cristiano Munari

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