Autênticas

Autênticas

Alina Souza

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Ainda há uma névoa tornando imprecisos certos contornos da liberdade. Atravessamos séculos, adentramos na modernidade, mas a brutalidade de certos comportamentos persiste, com a mesma dureza do asfalto, do cimento, do concreto árido diante de nossas vistas. Perpassamos os entraves como os galhos de árvores em busca de luz, marcas de vida e delicadeza em meio à paisagem árdua. Os ataques provocam lágrimas, as mesmas que nos inspiram e nos diferenciam das máquinas e da falsa perfeição automática. Cada dificuldade é um degrau rumo ao topo. Não é preciso que alguém nos transporte. Conseguimos sozinhas, independentes, munidas de coragem. E, apesar de toda bagagem, sentimo-nos leves. Muitas pessoas tentam nos fazer desistir através do dedo em riste, dos julgamentos, dos rasgos de culpa, mas sabemos que são apenas estratégias de quem tem medo de assumir sua própria face. Procuramos autenticidade, vislumbramos com deleite o resultado de nossas escolhas. Despimos nossos fardos e a quem queira nos deter, mostramos o quanto estamos — e somos — soltas.


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