A derrota de Honorio Lemes no Caverá

A derrota de Honorio Lemes no Caverá

A edição do dia 26 de novembro de 1924, quarta-feira, noticiava

Juliano Bruni

O chefe revolucionário Honorio Lemes, o "Leão do Caverá", foi obrigado a fugir após ser batido em seu próprio campo. Os conflitos de origem tenentista entre rebeldes e legalistas começaram na região das Missões e se expandiam para os municípios da Fronteira

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“O dr. Euribiades Barbosa, cônsul brasileiro em Rio Branco, recebeu de Montevidéu o seguinte telegrama oficial: ‘A fim de dar publicidade, comunico os detalhes do combate do Caverá, no qual foi verificada a derrota e dispersão das forças rebeldes, chefiadas por Honorio Lemes, apesar das posições de emboscada inexpugnáveis. Importam em 51 os mortos, além da perda de metralhadoras, armas, munições e cavalhada, muita da qual encilhada. Devido a situação das forças do dr. Flores da Cunha, que se achava próximo quando se deu o combate, presume-se que Honorio Lemes esteja sendo perseguido com todos os feridos que levantou na debandada, alguns dos quais engarupados, como ele próprio conduzia um dos seus chefes feridos. Todas as cidades da fronteira: Bagé, D. Pedrito, Livramento, Quarahy, Uruguayana, S. Borja e as demais do interior do Estado estão em plena calma. Confia-se na ação do governo.’”

DIreito do voto

“O deputado mineiro Francisco Campos apresentou a Câmara um projeto instituindo o voto obrigatório nas eleições do Distrito Federal [correspondente à atual área do município do Rio de Janeiro] e estabelecendo multas e outras penalidades aos recalcitrantes. Parece-nos singular essa obrigatoriedade de voto num país onde é livre a ignorância. Impor multas aos cidadãos que, por qualquer motivo, não querem relações com a urna e deixar-lhes plena liberdade de fugir às relações com o alfabeto é coisa que surpreende. E a lei, que exclui do rol dos eleitores os analfabetos, parece-nos perfeitamente lógica. O indivíduo que vive com o cérebro mergulhado nas trevas não pode, conscientemente, escolher os dirigentes para uma simples sociedade de dança. Pôr nas mãos de uma criatura sem luzes um título de eleitor é fadá-la ao papel de instrumento dos empreiteiros de eleições [...] Por que não tomamos, antes, a precaução de ensinar-lhe a ler e a escrever, de lapidar-lhe a inteligência bronca, de fazer dele um homem, antes de exigir que seja um cidadão?”

Guerra no Marrocos

“Telegramas procedentes de Tânger anunciam que os combates travados [entre o exército espanhol e rebeldes berberes da região de Rife] no dia 19 do corrente em Marrocos foram muito encarniçados, tendo os espanhóis perdido 25 oficiais e 100 soldados, entre mortos e feridos ...] a retirada de Cheruta para Soukelarba foi feita pelo flanco direito, que estava a descoberto. Os oficiais bateram, pessoalmente, o inimigo, que se retirou com baixas avultadas. O general Castro Girona prevenira ao general Primo de Rivera o perigo que as tropas espanholas corriam [...] Receia-se que a retirada até Tetuan seja ainda mais perigosa em virtude dos terrenos acidentados e dos desfiladeiros.”

O dia 26 de novembro na história

  • 1865 Publicado na Grã-Bretanha o romance infantil “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll.
  • 1909 Nasce o dramaturgo romeno-francês Eugène Ionesco, um dos principais nomes do Teatro do Absurdo.
  • 1922 Howard Carter e Lord Carnarvon acessam a câmara secreta, fechada há mais de 3 mil anos, com a tumba do faraó Tutancâmon, no Vale dos Reis, no Egito.
  • 1924 A Mongólia se torna uma nação socialista ao aprova nova constituição abolindo a monarquia.
  • 1939 Nasce no Tennessee a cantora americana Tina Turner.
  • 1970 No território ultramarino francês de Guadalupe, no Caribe, caem 38mm de chuva em um minuto, o maior volume já registrado.
  • 1993 Morre o ator, cantor e compositor Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Otelo.
  • 1989 Vai ao ar o primeiro episódio da série MTV Unplugged.
  • 2003 O avião supersônico anglo-francês Concorde faz seu último voo, sobre Bristol, na Inglaterra.
  • 2018 Morre em Roma o cineasta Bernardo Bertolucci.
  • 2021 A Organização Mundial da Saúde identifica a variante Ômicron do coronavírus durante a pandemia de Covid-19.


* A grafia está atualizada para as normas atuais, à exceção dos nomes próprios


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