O quarto centenário da morte de Vasco da Gama

O quarto centenário da morte de Vasco da Gama

* Devido ao período das festas de Natal, o Correio do Povo não circulou na sexta-feira, dia 26 de dezembro de 1924. Propomos aqui a recuperação de parte de material especial, de página inteira e publicado no dia anterior, sobre o 400º aniversário de morte do navegador português Vasco da Gama.

Juliano Bruni
O Correio do Povo dedicou longo artigo de uma página ao 400º aniversário de morte do navegador português Vasco da Gama, que descobriu o caminho para a Índia contornando a África, o primeiro europeu a atingir o subcontinente da Ásia pelo mar

O Correio do Povo dedicou longo artigo de uma página ao 400º aniversário de morte do navegador português Vasco da Gama, que descobriu o caminho para a Índia contornando a África, o primeiro europeu a atingir o subcontinente da Ásia pelo mar

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“Há precisamente quatro séculos que em Cochim [atual cidade de Kochi, no sul da Índia], distante terra asiática, se deu o falecimento de Vasco da Gama, o grande argonauta português, o maior de quantos nautas se afoitaram por mares então desconhecidos, afrontando tormentas, resistindo a todas as vicissitudes próprias de empresas temerárias. Nessa nova e original aventura, cavalaria ao Divino através do ignoto oceânico, pandas as velas das naus nas quais se ostentava a cruz da Cristandade, coube a Vasco da Gama descobrir o caminho das Índias, façanha que devia imortalizar-lhe o nome. Celebra-se hoje, portanto, o quarto centenário de sua morte, longe da pátria, destino atroz que o fazia encontrar o túmulo na terra por ele descoberta e conquistada. O acontecimento dessa descoberta assombrara o mundo. [...] Em Sines, ponta do Algarve que penetrava ondas a dentro, nascera em 1469 aquele que, coroando-se de louros imarcescíveis — louros que ainda e sempre reverderão — alcançara glórias para a velha Lusitânia. [...] Desde os verdes anos, revelava aptidões extraordinárias. [...] Como quase todos os navegadores portugueses da época das grandes descobertas e explorações do globo, Vasco da Gama pertencia a família de alta linhagem, sendo igualmente célebre seu irmão D. Christovam da Gama, explorador da Abyssinia, cuja espada é religiosamente conservada no Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa, aquela oferecida em 1894 pelo falecido Negus daquele país. Hoje, na capital portuguesa, será içada a histórica insígnia de almirante do Oceano Índico que pertenceu a Vasco da Gama no arco triunfal da Praça do Commercio, onde existe uma estátua do navega- dor, troando, nessa ocasião, os canhões dos fortes e fortalezas das margens do Tejo e do campo entrincheirado, bem como os dos navios de guerra portugueses e estrangeiros. O túmulo de Vasco da Gama no Pantheon Nacional [...] será coberto de flores pela mocidade estudiosa de Lisboa. [...]”

O dia 26 de dezembro na história

  • 1825 Revolta Dezembrista: as forças czaristas sufocam golpe organizado por militares liberais e dissidentes na Rússia.
  • 1860 A primeira partida de futebol da história acontece entre o Sheffield F.C. e o Hallam F.C., na Inglaterra.
  • 1893 Nasce na província de Hunan o líder comunista chinês Mao Zedong, conhecido como Mao Tsé-Tung.
  • 1898 Marie e Pierre Curie anunciam o isolamento do átomo de rádio.
  • 1948 A última tropa soviética se retira da Coreia do Norte.
  • 1963 Os singles “I Want To Hold Your Hand” e “I Saw Her Standing There”, dos Beatles, são lançados nos EUA, iniciando a beatlemania fora da Grã-Bretanha.
  • 1973 Estreia nos cinemas o polêmico filme “O Exorcista”.
  • 1978 Tem início a primeira edição do Rally Paris-Dakar.
  • 1991 O Soviete Supremo se reúne e dissolve a União Soviética; termina a era da Guerra Fria.
  • 2004 Terremoto no oceano Índico causa tsunami massivo que afeta e arrasa área na Tailândia, Índia, Sri Lanka, Maldivas, Malásia, Mianmar, Bangladesh e Indonésia, com número de mortos estimado em mais de 220 mil.
  • 2004 Revolução Laranja: segundo turno as eleições ucranianas, realizado pela segunda vez após decisão judicial, dá a vitória a Viktor Yushchenko.


* A grafia está atualizada para as normas atuais, à exceção dos nomes próprios


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