A guerra de Koff

A guerra de Koff

O sonho de Koff, ver o futebol em todas as plataformas e haver concorrência, virou realidade.

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Conto aqui uma história que se entrelaça com o debate atual sobre a criação da Liga.
O Clube dos 13 foi criado em julho de 1987 para defender os interesses políticos e comerciais dos 13 principais clubes do Brasil. Koff comandou a entidade de 1995 até sua extinção.
Um dos sonhos era não ficar refém da TV Globo, compradora dos direitos de transmissão do Brasileiro. Para a negociação dos direitos no triênio 2011/13, Koff decidiu que deveria ser organizada uma licitação. 
Haveria concorrência com os direitos negociados separadamente por plataformas (televisão aberta, televisão por assinatura e internet. 
Abriu uma guerra que culminou com sua queda depois de uma pressão enorme.
De quebra Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo, dono de empresa para exploração de placas de publicidade (a Klefer) pretendia gerenciar a verba da TV e tinha o apoio de Ricardo Teixeira. Na época, ficaria com uma bola de cerca de R$ 200 milhões.
O sonho de Koff, ver o futebol em todas as plataformas e haver concorrência, virou realidade. 
Os fatos acima foram relatados por este colunista na época. Fonte: Fábio Koff.
Na mesmo tempo, a Folha divulgou o seguinte: "Ricardo Teixeira, o homem mais poderoso do futebol brasileiro atualmente, esteve em São Paulo ontem como cabo eleitoral de Kléber Leite para a presidência do Clube dos 13. 
Segundo cartolas ouvidos pela reportagem, a exigência de ter Kléber Leite à frente do C13 é da TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileiro. Oficialmente, entretanto, a emissora nega que esteja apoiando o candidato." 
A alternativa a Koff no comando do Clube dos 13 era Kléber Leite, dono da agência de marketing esportivo Klefer, que detinha os direitos de comercialização dos amistosos da seleção brasileira até a Copa de 2014. Era, portanto, sócia da CBF.
Saltamos para 2022. Importantes dirigentes querem a Liga, desde que seja administrada pelos clubes. O dinheiro de todas as plataformas ficaria com os clubes. São contrários aos que pretendem ter parceiros como investidores. A Cadajas Sport Kapital estaria disposta a colocar R$ 5 bilhões. Os clubes dividiram o dinheiro, que obviamente logo iria para o ralo, mas a parceria duraria décadas.
O modelo com investidor não serve, por exemplo, para o Grêmio. Isto ficou claro em nota publicada no site do clube nesta semana. “O clube quer “maior justiça na distribuição dos recursos; eliminação de decisões por unanimidade; aperfeiçoamento do critério de distribuição por engajamento; gatilhos que obstruam diferenças predatórias de ganhos nos resultados econômicos com fim do critério de média e preservação de governança autônoma e independente.” A frase é contundente: “Governança autônoma e independente”.


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