Apologia do cascudo nacional
Eis que, oportunista, cometo aqui outra impostura: a promoção do cascudo nacional.
publicidade
Nelson Rodrigues em uma das suas crônicas:
“Se me perguntassem qual a mais feia impostura da nossa época, eu daria a seguinte e fulminante resposta: é a cínica promoção que se faz do jovem.”
Eis que, oportunista, cometo aqui outra impostura: a promoção do cascudo nacional.
Com o português Jesus desembarcou no Brasil a apologia do treinador estrangeiro.
Transformado em máquina, o time do Flamengo soterrou os técnicos nascidos em terras tupiniquins.
Os cascudos, bem, estes sofreram um tempo de aniquilação.
Aqui, no pampa, a noviça direção do Inter seguiu o modismo.
Deletou a máxima de que bons há bons treinadores jovens, maduros e velhos, assim como podem ser nacionais ou importados.
Bom técnico não tem idade nem pátria.
Para ressurgir feito Fênix, o moribundo Inter trocou o importado Medina pelo gaúcho Mano Menezes.
Para decolar feito um Boeing, o Athletico-PR contratou o cascudíssimo Felipão.
E, para não seguir naufragando como um Titanic, o Flamengo dispensou o português Paulo Sousa e buscou o nacional Dorival Júnior.
Hoje, os três times vão bem.
Amanhã?
Do amanhã não sei.
CUCA
Não citei Cuca, que retornou ao Galo e fez sua estreia domingo diante do Inter, levando 3 a 0 no Beira-Rio.
Ele entrou na vaga do argentino El Turco.
Não citei porque Cuca está retomando um trabalho, Mano, Felipão e Dorival já têm algum tempo de atuação em seus clubes e fizeram o time decolar.
Acho que Cuca acertará o Galo.