Craques

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Vive-se sem futebol. Não se vive sem os craques da saúde. Estes driblam a morte todos os dias

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Está rolando nas redes sociais "as coisas que a Convid-19 nos faz enxergar". São 21 itens. Cito alguns: 
“A prevenção salva mais vidas do que agir no último momento; os profissionais de saúde valem mais do que um jogador de futebol; o petróleo não vale nada em uma sociedade sem consumo; os profissionais de saúde estão sozinhos, abandonados e esquecidos. No entanto, eles nunca desistem; começamos a apreciar o grande gesto de confiança que significa apertar as mãos; a morte não distingue raça, cor ou status social; não estamos prontos para uma pandemia; o políticos sempre aproveitam qualquer oportunidade para puxar o tapete do rival e precisamos investir mais em saúde, em vez de investir em bancos falidos.”
Há muito oportunismo nestas frases. E alguma puerilidade. Podem caber pontualmente neste contexto extremo que vivemos, de isolamento. É verdade verdadeira, absoluta, que a morte não distingue raça, cor ou status social. Mas pode ser postergada e o sofrimento amenizado com um bom plano de saúde ou com dinheiro. 
Pontualmente diante desta pandemia os profissionais de saúde valem mais do que um jogador de futebol. Toda vida vale, não é neste sentido. A questão aqui é salarial. Jogadores bem sucedidos e em clubes grandes recebem fortunas. Dinheiro que compra tudo, ou quase tudo, mas que jamais compraria o gesto de profunda admiração e reconhecimento de milhões de pessoas que todos os dias promovem panelaços pelo mundo inteiro em sincero agradecimento aos profissionais da saúde.
Vive-se sem futebol. Não se vive sem os craques da saúde. Estes driblam a morte todos os dias. Por nós. 


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