Grêmio: os moldes da compra da gestão da Arena

Grêmio: os moldes da compra da gestão da Arena

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Não é de hoje que o Grêmio tenta adquirir a gestão do seu estádio, a Arena.
Este colunista informou com exclusividade manobras de Fábio Koff e seus pares neste sentido.
Em 8 de março de 2013 o Rio Grande do Sul foi chacoalhado com a seguinte manchete:
“Grêmio quer comprar a Arena”.
Eu abria assim a coluna:

“Recebo a seguinte informação: o Grêmio irá tentar comprar a Arena.
Percebeu que a parceria nos atuais moldes só é boa para a construtora.
Vou checar com dois eminentes dirigentes gremistas, profundos conhecedores do contrato, para saber se isto é possível.
Resposta: sim. Minha próxima pergunta é saber se os atuais gestores do clube já cogitaram fazer isto.
Sim.
A terceira pergunta é se há alguma tratativa neste sentido. Sim.”

Apoiado e incentivado pelo seu Conselho de Administração, Romildo Bolzan segue a mesma linha.
O presidente tem reiterado nos últimos dias tratativas neste sentido.
Abaixo, os moldes de como se daria a compra.

A OAS repassa para o Grêmio a dívida restante da Arena com os bancos, assim como a responsabilidade inicial por contrato de realizar as obras do entorno. Repassa livre e desembaraçada de qualquer compromisso. A Karagounis se encarrega de realizar as obras do entorno.
Nesta ação o Grêmio entrega para a OAS/Karagounis a área onde ficava o estádio Olímpico.
E dá a própria Arena como garantia para os bancos.

O Grêmio pagará os bancos?
São cerca de R$ 20 milhões/ano até final do contrato, que vai até 2032. Com um pouco mais do que os R$ 18 milhões/ano que já paga para a Arena Porto-Alegrense pela migração dos sócios.
Mesmo que fossem R$ 30 milhões/ano, haveria grana.
Em 2018 a bilheteria deixou brutos R$ 37 milhões, dinheiro que não ficou com o clube.

A questão parece simples, mas é completa pois envolve muitas instituições.
Trecho retirado do livro “Fábio André Koff-Memórias e Confidências”.

"Enquanto isso, a OAS estabilizou um pouco sua situação, mas a complexidade do negócio aumentou: já eram oito organizações envolvidas: Grêmio, OAS, Santander, Banco do Brasil e Banrisul, que são os repassadores; Bradesco, que deu uma carta-fiança para honrar os pagamentos da OAS; BNDES, que repassou o dinheiro desse empréstimo; e Caixa Econômica Federal, que no passado pagou 300 milhões de reais à OAS para entrar em todo o projeto.
A caixa comprara 80% das ações da Karagounis, que pertencia à OAS, isso em 2009."

Os bancos terão que aceitar as garantias do Grêmio. A karagounis terá, por sua vez, que ter a garantia da liberação do habite-se de cinco das sete torres do empreendimento ao lado da Arena, cujas Cartas de Habitação foram suspensas em razão de Ação Civil Pública movida pela Ministério Público.
Para o Grêmio não interessa e nem importa se, concretizado este negócio, a Karagounis (a Caixa administra um fundo de investimentos que detém ações da empresa Karagounis) terceirizar as obras no entorno da Arena e as de construção de espigões na área do Olímpico.

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