Por Leonardo Aquino
“A verdade sobre 2005: um erro histórico a ser reparado.
Os fatos novos — os depoimentos do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, do apostador e até de dirigentes à época —, além do recente documentário e das gravações originais, comprovam que ele não interferiu indevidamente nos 11 jogos que apitou. Em algumas partidas, inclusive, o resultado contrariou o interesse dos apostadores.
Diferentemente do que ocorreu no Brasil, a Federação Alemã, no escândalo de Hoyzer (2005), analisou caso a caso e anulou apenas as partidas em que houve efetiva manipulação comprovada. Aqui, todas partidas foram anuladas, sem análise individual.
Com o avanço das provas e a revisão histórica que o próprio futebol mundial já promoveu em outras situações, é impossível ignorar a flagrante ilegalidade e desproporção cometida.
E é importante lembrar: não seria inédito a CBF reconhecer dois campeões em um mesmo ano.
Foi exatamente o que ocorreu em 2011, quando a entidade baixou resolução proclamando Flamengo e Sport como campeões brasileiros de 1987.
Há também o precedente de 2010, quando a Resolução nº 3/2010 reconheceu como campeões brasileiros os vencedores da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, conferindo, por exemplo, a Santos e Botafogo o título nacional de 1968, ambos oficialmente considerados campeões brasileiros daquele ano.
E até mesmo no futebol paulista há registro semelhante: a Federação Paulista de Futebol reconhece Santos e Portuguesa como campeões paulistas de 1973, após decisão formal.
Portanto, reconhecer a verdade sobre 2005 não é “reescrever a história”.
É corrigir uma injustiça e alinhar o futebol brasileiro ao critério de justiça esportiva que ele próprio já adotou em outras ocasiões.”
Documentos CBF
