Inter nega estádio ao Grêmio. Pegou mal, muito mal
Vai muito tempo escrevi que só a tragédia une e acrescentei: só a tragédia com morte. Não via nesta frase uma verdade exagerada. Cometi um equívoco.
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Vai muito tempo escrevi que só a tragédia une e acrescentei: só a tragédia com morte.
Não via nesta frase uma verdade exagerada.
Cometi um equívoco.
Estava convicto de que tragédias com morte despertassem um jato de empatia, de solidariedade.
Até despertam, mas de forma fugaz.
Depois, é quem pode, pode, quem não pode se sacode.
Quando o Rio Grande do Sul virou mar e contava seus mortos assisti Grêmio e Inter juntos em entrevista coletiva com promessas de ajuda recíproca.
A água baixou, o sol saiu da toca, há um ar de falsa normalidade e o Inter nega seu estádio para que o Grêmio dispute ali duas partidas.
Certamente o Inter tem lá suas razões para negar.
Porém, quaisquer que sejam elas, pegou mal.
Muito mal.
Pelo menos para este colunista.
Que chance de ouro perdida para escancarar aos jovens, principalmente, que Grêmio e Inter são mais do que rivalidade.
Que chance perdida para desarmar os raivosos, que buscam em tudo motivo para uma competição selvagem.
Certamente o Inter tem lá suas razões para negar.
Porém, quaisquer que sejam elas, pegou mal.
Muito mal.
O fato deveria merecer uma nota oficial do Inter com as justificativas técnicas para negar o empréstimo do Beira-Rio.
No mínimo.