Juventude multado por injúria racial

Juventude multado por injúria racial

Injúria racial foi cometida por um torcedor contra o atleta Gustavo Bochecha, do Botafogo, pela Copa do Brasil.

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Do site do STJD

Os Auditores da Terceira Comissão Disciplinar do STJD do Futebol puniram o Juventude pela injúria racial cometida por um torcedor contra o atleta Gustavo Bochecha, do Botafogo, pela Copa do Brasil.
Por unanimidade dos votos, o clube foi multado em R$ 10 mil.
Expulsos na mesma partida, os atletas Alex Santana e Jean, ambos do Botafogo, foram advertido por jogada violenta e absolvido, respectivamente.
A decisão, proferida na tarde desta quarta, dia 15 de maio, cabe recurso.

Presente no julgamento, Gustavo Bochecha identificou na imagem mostrada pelo relator Vanderson Maçullo e confirmou que o torcedor detido foi o que cometeu a injúria racial .
Sobre o episódio o atleta afirmou que estava aquecendo no segundo tempo perto do escanteio e tinham torcedores xingando próximo a grade.

“Quando cheguei mais para trás esse torcedor ficou me chamando de macaco, macaco, macaco, várias vezes.
Fui na direção dele e ele continuou me xingando e depois foi para o outro  lado.
Na hora falei com meu preparador físico e faltavam duas  substituições para fazer.
Quando a gente voltou para o banco, após as substituições,  falei com o quarto árbitro e vi que ele estava perto do banco de reservas...
Eu via passando na tv e nunca tinha acontecido comigo.
Na hora fiquei triste e com um pouco de raiva.
Depois parei para pensar que não valia a pena.
Considero discriminação e reprovo o ato”, disse Gustavo.

O jogador afirmou ainda que preferiu não ir até a delegacia por estar com a cabeça quente e por terem perdido uma partida importante.
Ao ser perguntado se sentiu medo, o jogador afirmou que sim.

Do lado do Juventude, Letícia Giacomet, Vice-presidente jurídica do clube falou sobre o que ocorreu na partida.
“Estava no Jecrim acompanhando a partida e um dos funcionários que atuam no campo me chamou e disse que um atleta tinha ouvido injúrias de um torcedor.
Acessei o túnel até o campo e quando cheguei a Brigada Militar estava perto e já tinha localizado o torcedor.
O mesmo foi direcionado ao Jecrim.
Conversei com comandante da Brigada Militar.
O torcedor negou.
Senhor de idade e disse não se lembrar de ter xingado”, explicou Letícia, que acrescentou que o torcedor foi liberado pelo Pretor por ausência de provas.

O Procurador Cláudio Mariano Peixoto lamentou o fato e pediu punição ao Juventude. 
“Eu preferia ficar em silêncio.
Causa-me arrepios que em pleno século XXI estarmos diante do futebol , de profissionais e ver um atleta sentar cabisbaixo por vergonha de ser comparado em um jogo a um macaco.
O atleta disse que ficou com medo.
Esse tipo de torcedor desonra todo e qualquer clube. Injúria racial não tem reparação.
Não tem dinheiro e nem desculpa que pague isso.
Esta Procuradoria denunciou e quem foi ofendido confirmou e reconheceu o torcedor que foi detido pelo policiamento. Isso não exclui a responsabilidade da equipe mandante.
O clube foi morno.
Não foi aberto processo administrativo e no próximo jogo o infrator estará lá. Injúria racial é gravíssimo.
A imagem do Juventude carrega um mancha e uma mancha negra.
Não podemos aceitar injúria racial no futebol brasileiro”, disse.

 


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