Manguita, eterno Fenômeno

Manguita, eterno Fenômeno

Simpatizava com o Nacional do Uruguai. Virei fã

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Simpatizava com o Nacional do Uruguai. 
Virei fã. 
Um clube de futebol precisa preservar a sua história. 
E quando puder, ser solidário com seus ídolos. 
Conheci Manga, o Manguita Fenômeno, o maior goleiro que este planeta já viu. 
Aos 82 anos, Manguita, que certa feita o destino quis que eu ajudasse a retornar ao Inter para missões consulares, se recupera de um problema renal decorrente de uma anemia grave. 
O Nacional, do Uruguai, dará uma pensão para o ex-goleiro, bicampeão brasileiro pelo Inter e campeão gaúcho pelo Grêmio. 
Promete ações para melhorar a vida do arqueiro que foi campeão do mundo e da América com o clube em 1971 e deixará em exibição a camisa usada por ele e as taças que ajudou a conquistar. 
Li que fãs do goleiro abriram suas casa para recebê-lo, tamanha a admiração. 
Estranho que o Inter não tenha se manifestado para ajudar o eterno ídolo.  
João Patrício C. Herrmann é vice-presidente do clube hoje. 
Seu pai contratou Manga.
Como Manguita parou no Inter?
Manga saiu de Montevidéu com destino a São Paulo, mais precisamente o Corinthians. 
O voo da Cruzeiro do Sul fazia escala em Porto Alegre. 
Sabendo da informação, Eraldo Hermann dirigiu-se sozinho ao aeroporto Salgado Filho para encontrar o jogador com quem ele faria contato pela primeira vez na vida. 
Eraldo e a façanha, acontecida em 1974: 
“Reconheci ele pela altura e pela feiura ainda na alfândega, onde consegui entrar. Levei ele para um canto e o convenci a trocar a proposta do Corinthians pela do Inter. Roubamos ele do Corinthians. 
A imprensa caiu em cima de mim, mas eu também não sabia que ele era um monstro sagrado”. 
O Inter desembolsou cerca de 150 milhões de cruzeiros para pagar o passe do atleta, que seria campeão Brasileiro no ano seguinte.
Coluna postada em 15 de dezembro de 2015. 
O Inter comemorou os 40 anos do primeiro Brasileiro.
O time começava por Manga.
Vai tempo a revista italiana Guerin Sportivo elegeu os 100 melhores goleiro do mundo.
Sem Manga.
Na época fiz uma coluna sobre a falha grosseira de uma revista tão importante.
Retiro trechos.
Haílton Corrêa de Arruda, o Manga, o Manguita fenômeno de dedos tortos, imune à dor, que dispensava as luvas para voar e promover defesas milagrosas, rosto marcado pela varíola, é dez oceanos o meu melhor goleiro do mundo.
Não estou aqui nostálgico retocando imagens da minha juventude, fantasiando como quem cria um herói, embora assim como uma geração de torcedores eu seja suspeito para escrever sobre Manguita.
A diferença entre Manga e todos os demais é que os demais foram transformados em goleiros e Manga nasceu goleiro.
Mas pode haver uma explicação para o nome de Manga não constar na Guerin Sportivo.
Como se vê, a revista relaciona os 100 melhores goleiros do mundo.
Manga, amigos, não faz parte desta categoria.
Manga abre outra lista, a das lendas.
Ali, ele é o número um.
Em 1993 eu estava em Guayaquil, no Equador, cobrindo a Copa América. Encontrei Manga, que atuara no Barcelona local. Ele me fez um pedido. Queria voltar a Porto Alegre como treinador de goleiros do Inter. No retorno, falei com o então presidente Pedro Paulo Záchia. Topou repatriar o ídolo, que é parte da história do clube.
Por questões que eu nunca fiz questão de saber, Manga não poderia desembarcar no Brasil. Dei o telefone do goleiro para seus familiares em Porto Alegre.
Em 2010  Fernando Carvalho, então vice de futebol, conversou com Manga em Guayaquil.
Viabilizaram o seu retorno.
Ele ficou no Beira-Rio até 2012, quando pediu desligamento.


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