O coitadismo que assola o futebol gaúcho

O coitadismo que assola o futebol gaúcho

Escrevi que não veríamos Internacional e Grêmio festejarem um título pelos próximos 100 anos

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No longínquo 2003 cometi uma seguinte sentença definitiva logo após ser decretado o fim do mata-mata, com a aprovação da fórmula de pontos corridos do Campeonato Brasileiro. 
Escrevi que não veríamos Internacional e Grêmio festejarem um título pelos próximos 100 anos.
Mais tarde, transformado num Nostradamus de bombacha e alpargata, cometi um segundo vaticínio: num futuro não muito distante veríamos colorados e gremistas invadirem a Avenida Goethe para comemorarem vaga na Libertadores. 
Há profecias que torço para dar errado. 
Há 17 anos torço para ver Grêmio ou Inter levantarem a taça do Brasileiro. 
A invasão da Goethe para festejar vaguinha na Libertadores é questão de tempo. 
Embora a briga por G-4 ou G-6 venha despertando há anos a mais cruel das expectativas, caracterizando a síndrome do coitadismo que assola o futebol deste estado que despenca do mapa do Brasil.
Nelson Rodrigues dizia que “o patético de nossa época é que o passado se insinua no presente e repito: a toda hora e em toda parte, a vida injeta o passado no presente”.
O passado, o mata-mata que nos presenteou com cinco títulos, que nos tornava protagonistas, injeta no presente um saudosismo cáustico, sofrido. 
Tempos bons que não voltarão mais. 


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