O Inter precisa de um Ferreirinha
"Quando crianças, somos peladeiros e temos a possibilidade de levar essa característica até o profissional"
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Certa feita perguntaram a um jogador se a improvisação e a criatividade haviam sido as marcas da sua carreira e sobre o seu estilo “moleque”.
A resposta veio sem pestanejar:
"Isso (o futebol moleque) é o que torna o estilo de jogo do brasileiro diferente. Quando crianças, somos ‘peladeiros’ e temos a possibilidade de levar essa característica até o profissional. Enquanto os outros são mais ‘mecânicos’, prezam a tática, nós do Brasil improvisamos, driblamos e criamos.
Esse é nosso diferencial."
O nome do jogador?
O craque Ronaldinho.
Se me perguntassem qual a mais feia impostura da nossa época diria sem titubear: a imitação fajuta do futebol alheio.
Em umas das suas crônicas Nelson Rodrigues escreve:
"Os europeus podiam, sim, copiar, tanto quanto possível, o nosso futebol. Mais não podiam imitar o inimitável, ou seja: — o homem brasileiro. Garrincha é, por excelência, o incopiável. Pode-se imitar um europeu, porque eles se parecem, como soldadinhos de chumbo. Mas quem pode assemelhar-se a um Pelé? Ou a um Mané? Ou a um Zagalo? Ou a um Amarildo, o Possesso?
Para ter a agilidade, a imaginação, a molecagem, o gênio de brasileiro o tcheco não pode ser tcheco, precisa ser um brasileiro nato."
Vendo o Inter ciscar em frente ao gol de Brenno no Gre-Nal de domingo, carente de atrevimento, pensei com os meus botões:
onde está o moleque?
Onde está o jogador que carrega o DNA do peladeiro de infância?
Meus amigos, o time Colorado precisa com urgência urgentíssima um jogador assim.
Um jogador como Ferreirinha.