O meu melhor do mundo

O meu melhor do mundo

Manga abre outra lista, a das lendas

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Em 1993 eu estava em Guayaquil, no Equador, cobrindo a Copa América. Cruzei por Haílton Corrêa de Arruda, o Manga, o Manguita fenômeno de dedos tortos, imune à dor, que dispensava as luvas para voar e promover defesas milagrosas, rosto marcado pela varíola, foi dez oceanos o meu melhor goleiro do mundo. 
Não estou aqui nostálgico retocando imagens da minha juventude, fantasiando como quem cria um herói, embora assim como uma geração de torcedores eu seja suspeito para escrever sobre Manguita.
A diferença entre Manga e todos os demais é que os demais foram transformados em goleiros e Manga nasceu goleiro. 
Mas pode haver uma explicação para o nome de Manga não constar na Guerin Sportivo de anos atrás. 
A revista relacionou os 100 melhores goleiros do mundo. Manga, amigos, não faz parte desta categoria. Manga abre outra lista, a das lendas. 
Ali, ele é o número um. Manga me fez um pedido.
Queria voltar a Porto Alegre como treinador de goleiros do Inter. 
No retorno, falei com o então presidente Pedro Paulo Záchia.
Topou repatriar o ídolo, que é parte da história do clube. 
Por questões que eu nunca fiz questão de saber, Manga não poderia desembarcar no Brasil. 
Dei o telefone do goleiro para seus familiares em Porto Alegre.
Em 2010 Fernando Carvalho, então vice de futebol, conversou com Manga em Guayaquil. 
Viabilizaram o seu retorno. 
Ele ficou no Beira-Rio até 2012, quando pediu desligamento. 
Ele serviu de inspiração para o Dia do Goleiro, comemorado na data do seu aniversário (26 de abril). Depoimento de Manga: 
"Quando eu estava no Internacional, por exemplo, quebrei dois dedos e não ia jogar a final do Campeonato Brasileiro de 75, contra o Cruzeiro. 
O pessoal do Inter ficou nervoso porque Schneider estava há muito tempo sem jogar. 
Eu nem pensei duas vezes. 
Tirei o gesso e joguei com os dedos quebrados."


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