O risco do Inter “perder sua casa, construída tijolo por tijolo por gerações de colorados"

O Inter tem uma dívida histórica que bate nos R$ 700 milhões.
No ano passado deixou R$ 104 milhões em juros para bancos.
Estrangulado, busca um empréstimo de R$ 200 milhões para aliviar os juros.
Gilberto Medeiros foi presidente do Internacional em 1986 e 1987.
Assumiu cometendo uma frase história:
“Vim para pagar títulos, não para conquistar”.
É mais do que possível, é provável, que o torcedor colorado ouça de alguém da atual gestão que esta será a meta do clube em 2025, pagar títulos.
Buscar empréstimo em bancos é fato recorrente para os clubes de futebol.
Neste caso específico ficou estabelecido um debate porque o Inter dá como garantias a renda dos sócios, da bilheteria, da TV e o estádio Beira-Rio, a casa dos colorados.
Se há 0,0001% de possibilidade de o Inter não honrar seus compromissos, o Beira-Rio não poderia ter sido dado em garantia.
O estádio tem donos, os sete milhões de colorados, espalhados pelo Brasil e exterior.
Como pagar I
Recebi da atual gestão um documento que pode ser lido na íntegra no meu blogue, www.correiodopovo.com.br. "Backtesting é uma técnica de análise financeira que permite testar a eficácia de uma estratégia com base em dados históricos."
Trata-se de uma simulação de recursos dos sócios, bilheteria e conta reserva nos períodos seguintes até o final do pagamento do empréstimo.
Como pagar I
Nesta simulação tomarei como exemplo dezembro de 2025.
O clube terá que pagar R$ 3 milhões de amortização da dívida.
A projeção é faturar R$ 10 milhões com sócios e bilheteria e formar uma conta reserva será de R$ 8 milhões.
Recebe os R$ 200 milhões mas só usa R$ 192 milhões.
Na projeção, o clube manteve os valores atuais das mensalidades, que certamente sofrerão reajuste.
O X da questão
Os R$ 200 milhões não são, nem de longe, a solução.
Trata-se de um paliativo para o clube ter condições de, pagando menos juros, ter mais caixa para montar um time competitivo.
Este blogueiro só vê uma saída para o Inter enfrentar a crise: formar jogadores e ter um treinador que coloque a gurizada para jogar.
Coisa que o Inter ficou sem fazer por três anos.
“E o risco? De o clube perder sua casa, construída tijolo por tijolo por gerações de colorados."
Alexandre Barcellos:
"O Conselho Deliberativo do Inter está diante de uma decisão histórica.
A gestão propõe uma operação para emissão de debêntures, na qual estão previstas garantias fiduciárias, sendo a principal a alienação do “complexo Beira-Rio”.
A motivação?
Buscar até R$ 200 milhões para o pagamento de outras dívidas.
E o risco? De o clube perder sua casa, construída tijolo por tijolo por gerações de colorados."
Luz no fim do túnel
Há uma luz no fim do túnel e não é um trem vindo em sentido contrário.
O Inter vau receber cerca de R$ 18 milhões por estar na fase de grupos da Libertadores, mais 300 mil dólares por vitória.
O ativo Gabriel Carvalho foi avaliado em 12 milhões de euros pelo site alemão Transfermarkt.
Há outros garotos pedindo passagem.
Ah! Tem o dinheiro da TV Record.
São Paulo
O fundo para quitar dívidas do São Paulo terá sua operação extinta caso o clube deixe de cumprir o orçamento do futebol estipulado pelas regras. Houve uma disputa interna na diretoria são-paulina relacionada ao limite de teto para despesas.