Paradoxos da pandemia

Paradoxos da pandemia

Nada há para ser festejado quando de um gol se o que se está praticando é roleta russa

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Suspende-se a gravação de novelas, a abertura dos telejornais contabiliza diariamente os mortos pela Covid, os programas especiais trazem reportagens dramáticas de pessoas que perderam familiares pela pandemia, critica-se (com razão) quem anda sem máscara e as aglomerações, mas na hora de chamar o futebol há um tom de entusiasmo, de arrebatamento, de vibração escancarada. 
Quando do gol, nenhuma reflexão, nenhuma crítica sobre jogadores se abraçando, berrando, todos juntinhos, como quer o vírus.
Os jogadores do Ypiranga viajaram a Santa Catarina para enfrentar o Brusque pela Série C sem saber do resultado de seus testes.
 Horas antes do jogo, descobriram que cinco estavam infectados. 
O Goiás e o Imperatriz só tiveram acesso ao resultado de seus exames horas antes de entrar em campo. 
Doze jogadores do time maranhense estava infectados. Viajaram de ônibus e avião com dezenas de companheiros. 
Com dez atletas com Covid, o Goiás pediu liminar na Justiça Desportiva e não jogou contra o São Paulo.
O Brasileiro desrespeita a pandemia, os mais de 100 mil mortos e 3 milhões de casos. 
Nada há para ser festejado quando de um gol se o que se está praticando é roleta russa. 


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