Carlos Corrêa / Interino
Como jornalista, fui setorista de Inter dois anos e meio e depois mais seis anos e alguns meses de Grêmio antes de me tornar editor de esportes aqui no Correio do Povo. Nesse período, cobri uma porção de pré-temporadas.
Em todas, era evidente a empolgação dos torcedores em acompanhar o clube e seus ídolos. Bento Gonçalves, Canela, Gramado, seja onde fosse. Quase sempre, a grande atração para os torcedores eram os jogos-treino. Gremistas e colorados lotavam os espaços para ver os primeiros passos do time naquele ano, diante de um frágil adversário local.
Para além da chance de ver o time em ação, existia a proximidade entre atletas e o público. E para a torcida, isso não tem preço. Não nego que podia ser chato para alguns jogadores ficar tanto tempo dando autógrafos e tirando fotos. É do jogo, nem todos nascem sabendo como um ídolo se comporta. Os anos passaram e o tempo mudou.
Hoje, o Grêmio fez o seu primeiro jogo-treino da temporada, contra o São José. Venceu por 2 a 1. Era a chance da torcida gremista participar deste recomeço, estar junto no marco zero da era Quinteros. Até mesmo porque não era nenhuma decisão, então não era preciso fazer mistério sobre o time.
No entanto, a atividade foi toda fechada. Para a torcida e para a imprensa. A justificativa foi de que a decisão tinha como “objetivo de preservar a privacidade para ambas as equipes”.
Uma pena, mas não uma surpresa. O exemplo citado aqui foi o Grêmio, mas virou padrão entre os principais clubes do país.
Como se vê, os tempos mudaram. Neste sentido, infelizmente.
