Ranzolin, um gigante numa época de gigantes
Ficará gravado na memória o narrador do “alô amigos”, o profissional exigente, mas compreensivo e generoso em distribuir ensinamentos.
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Morreu Armindo Antônio Ranzolin.
Trabalhamos décadas na casa de Caldas.
Eu na Folha da Tarde, onde um dos colunistas era Lauro Quadros, e depois no Correio do Povo, onde escrevia o Rui Ostermann.
Ele num andar acima, na Rádio Guaíba, primeiro como narrador, depois como chefe de esportes. Rui e Lauro eram os comentaristas.
O Rui parnasiano, o Lauro dos bordões, como “é isto aí mais meio quilo de farofa”.
Ranzolin padecia de Alzheimer.
Conheço bem a doença.
Meu pai teve Alzheimer.
A declaração é da filha, Cristina Ranzolin:
“A voz linda e inconfundível que tantas histórias narrou não sai mais, as pernas que pra tão longe o levaram nas suas coberturas jornalísticas não permitem que ele dê mais nenhum passo.
Me perguntam se ele me reconhece, e eu digo: às vezes”.
O Ranzolin que conheci será eternamente lembrado como um dos gigantes da narração brasileira. Um gigante numa época de gigantes.
Pelos mais conhecidos era chamado de Mindão.
O Ranzolin do Alzheimer eu não conheci.
Ficará gravado na memória o narrador do “alô amigos”, o profissional exigente, mas compreensivo e generoso em distribuir ensinamentos.