Sem pânico de parecer ridículo

Sem pânico de parecer ridículo

Witzel deveria simbolizar o anti-Brasil, o antibrasileiro. Mas foi com um discurso assim, hipócrita, que levou o governo do Rio.

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O governador do Rio de Janeiro, Witzel, decidiu tirar vantagem da façanha do Flamengo. 
Não padece, certamente, do pânico de parecer ridículo.
Pagou um gorila quando Gabibol esquivou-se da tentativa patética do político lustrar a sua chuteira, a arma mortal que fulminara o River duas vezes momentos antes.
Witzel é o estereótipo do político tupiniquim. 
Sei que aqui generalizo. Infectado pelo oportunismo, tentou colar a sua desgastada imagem à do herói da partida.  
Ele, Witzel, que no seu campo de jogo, o de administrador, é vilão escrachado.
O gesto, vivaldino, constrangedor, patético, não corrói a imagem dos políticos porque nada mais há para corroer. Witzel transformou o gramado, parte do cenário de um templo do futebol, o estádio Monumental de Lima, em palanque. 
O episódio tão-somente desnuda um Witzel dissimulado.
Não vai muito, quando era conveniente, disparou: 
"Sou, desde criancinha, corintiano". 
Sábado, trocou de camisa sem ruborizar:
"Dia histórico! Ver meu time virar o jogo aos 40 do segundo tempo..." 
Witzel deveria simbolizar o anti-Brasil, o antibrasileiro.
Mas foi com um discurso assim,  hipócrita, que levou o governo do Rio. 


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