Um sábado, um Gre-Nal. Há 17 anos

Um sábado, um Gre-Nal. Há 17 anos

“O patético de nossa época é que o passado se insinua no presente e repito: a toda hora e em toda parte, a vida injeta o passado no presente”.

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Nunca uma frase do genial Nelson Rodrigues surgiu tão atual: “O patético de nossa época é que o passado se insinua no presente e repito: a toda hora e em toda parte, a vida injeta o passado no presente”.

Vejam, amigos, a coluna que escrevi para o Correio do Povo do dia 23/10/2004, um sábado. Neste dia o Brasileiro entrava na sua 37ª rodada (eram 46, pois contava com 24 times) e marcava um Gre-Nal no Olímpico. 

O Grêmio estava em penúltimo lugar com 35 pontos. Vinha de 17 derrotas, 11 empates e oito vitórias. Com 39 pontos o Botafogo era o primeiro fora da zona de rebaixamento. A coluna.

“Cuca teria perdido a paciência com alguns jogadores e há até mesmo a suspeita de que deixe o Grêmio em caso de fracasso no Gre-Nal.

Vejam, amigos, que clássico este de hoje à tarde. Poucos na história surgiram tão decisivos e aqui nem digo mais um dos times, mas para uma das instituições, a do Grêmio.

A instituição sairá abaladíssima em caso de derrota e sabemos o motivo: o rebaixamento terá batido à porta de forma quase irremediável.

A Segundona não condenará apenas o torcedor à gozação colorada: tirará do Grêmio parte da renda hoje auferida junto à TV e que serve de sustentação para o clube, além de provocar outros imensos prejuízos para essa agremiação centenária.

Diante disto ou ciente de que o Grêmio faz, hoje, partida tão ou mais importante que aquelas realizadas no Japão. Lá, jogava-se por mais glória. Aqui, pela sobrevivência.”

O Grêmio perdeu o Gre-Nal por 3 a 1. Saiu de campo faltando nove rodadas. Jogos restantes: Cruzeiro 2 a 0; Grêmio 2 x 3 Palmeiras; Paraná 1 x 0; Grêmio 6 x 1 Ponte; Vitória 2 x 0; Grêmio 3 x 3 Atlético-PR; Santos 5 x 1 Grêmio 0 x 1 Galo e Guarani 2 x 0. Neste pacote ganhou quatro pontos. Caiu como lanterna.


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