A infantilização da tevê

A infantilização da tevê

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Passei uma noite olhando canais de vlogueiros no youtube.

Estou mais adolescente.

Vou começar a fazer caretas.

Finalmente compreendi a lógica do novo projeto da TVCOM.

Depois de velha, a tevê resolveu ser adolescente.

O adolescente deve ser tratado como criança.

O importante é ser moderno.

Moderno é dizer "foda-se".

Tudo precisa ser dinâmico, descontraído e meio maluquete.

Notícia só se impressiona se for lida em pé.

A grande inimiga da tevê moderna vlogeira é a mesa.

Contam que a deslumbrada idealizadora da nova TVCOM, cujo nome, OCTO, é um enigma para a maioria, quer queimar todas as mesas da empresa para não ter perigo de alguma aparecer na tela.

Projeto semelhante ferrou-se em Curitiba. Ó!

As palestras já são assim.

Palestras moderna não tem mesa. O palestrante bota os papéis em cima da perna.

Ou fala do púlpito. Em pé.

A modernidade odeia gente sentada.

É na cama ou em pé.

Sentar é coisa de velho.

A síntese da modernidade é a vogleira paranaense Kéfera Buchmann, uma guria bonitinha que tem milhões de seguidores, faz gracinha de todo tipo e não precisa de mesa para falar.

O bom é que o público velho vai ficando disponível.

Ser velho, com mania de mesa, é antimoderno.

Teste de modernidade: você precisa de mesa?

A mesa é o inimigo número um do futuro.

 

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