A modernização pelo cassetete
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Tudo para não taxar grandes fortunas.
Os professores viraram sacos de pancada.
Os governos tucanos especializaram-se em espancar o magistério. No Paraná, o governador Beto Richa cumpriu rigorosamente a cartilha do velho neoliberalismo: tirou direitos, reformou a previdência do magistério na marra, contou com ajuda da justiça para esvaziar as galerias das Assembleia Legislativa na hora de fazer passar a sacanagem e mandou descer o cassetete em quem tentou se manifestar contra o esbulho. Um vídeo mostra o governador terminando de gravar uma entrevista com a mídia amiga para passar sua mensagem enganadora. Outro vídeo revela a turma de Richa vibrando quando a polícia foi para cima dos manifestantes. O Paraná já se tornou um "case" da maneira tucana de retirar direitos trabalhistas: a racionalidade do cassetete flexível, elástico, moderno e meritocrático.
Beto Richa é um governador medíocre que chafurda na ideologia da modernização pelo porrete.
Em São Paulo, a greve dos professores arrasta-se como longo funeral. Em Santa Catarina, o refrão é o mesmo. Em cinco Estados os professores reclamam e sofrem. A mídia faz tudo para enxergá-los o menos possível. Eles não são tão atraentes quantos os coxinhas. Não pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Não se vestem de amarelo. A manipulação da mídia tem atingido níveis estratosféricos. A Rede Globo, sobre terceirização, só entrevista a central sindical favorável ao projeto que esculhamba a CLT e "especialistas" que a rotulam a terceirização de quebra de tabu ou de regulamentação que dará segurança jurídica a relações de trabalho instáveis até agora.
Por que os opositores do projeto não são convidados a falar?
Que mistério é esse?
Os professores brasileiros estão entre os mais mal pagos do mundo.
Existem "especialistas" para garantir que salário não é o ponto central para melhorar a educação.
Resumo da tragédia: retirar direitos trabalhistas, liquidar a CLT, escorchar professores, gradear espaços públicos, privatizar o que der e vender, diminuir a idade penal como se o descalabro fosse responsabilidade dos menores de 18 anos de idade, aplaudir a pena de morte para quem vende a droga consumida pelas classes médias e altas do mundo inteiro, que, obviamente, encontra meios de não se responsabilizar e, claro, chamar tudo isso de modernização.
Triste 1º de maio de 2015.