Centralismo democrático, azulzinho, piso do magistério e decote

Centralismo democrático, azulzinho, piso do magistério e decote

Michel Temer recebeu proposta para que candidatos tenham ficha limpa

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O mundo não é mais o mesmo.

Essa frase é velha.

Qual a novidade?

Vejamos: os comunistas, conforme a piada que está circulando, não comem mais criancinhas, mas o lanche delas.

O centralismo democrático, praticado pelas esquerdas marxistas-leninistas, era o direito de facção.

Será que agora é o direito de quadrilha?

*

A moça com um belo decote foi barrada pela EPTC.

Um azulzinho vidrou no decote da estudante.

Ela ficou sem a carteira. De motorista.

Hipótese machista: sorriu demais para os agentes na espera de escapar da punição e acabou por despertar num deles a impressão de que teria chance de algo mais pessoal com ela. O cara egou o número com o colega, mandou um torpedo, cantou a guria, que, injuriada (por ter perdido a carteira? Por ser muito ética? Por detestar invasão da sua privacidade?), denunciou-o à EPTC.

Hipótese romântica: o cara se apaixonou e não resistiu a mandar a mensagem.

Hipótese radical: o jogo de sedução morreu. Toda cantada termina em processo. O sexo vai desaparecer. Ou só será praticado com contrato assinado estipulando possibilidades e interdições.

Hipótese materialista: a moça quer ganhar uma grana em cima dos otários.

Hipótese psicanalítica: perversa, ela seduziu o trouxa e depois se vingou do "baixinho".

Todas essas hipóteses são variações da hipótese machista? É possível.

Conclusão: não tente comer a carne onde ganha o pão.

Nada de novo no front.

*

Tarso Genro criou o piso salarial nacional do magistério.

Como salário inicial.

Yeda Crusius não quis pagá-lo.

Disse que não havia dinheiro.

Foi ao STF pedir que o piso nacional fosse declarado inconstitucional.

A oposição petista detonou a governadora.

Afirmava-se que ela não pagava porque não queria.

Tarso foi eleito governador.

Disse que pagaria o piso, como salário inicial, mas não imediatamente.

Ao longo dos quatro anos de governo.

Gabou-se de ter retirado a participação gaúcha da ação no STF.

Agora,  o governo Tarso voltou ao STF contra o piso.

Não quer pagar retroativamente à entrada em vigor da lei.

Só quer pagar a partir do esgotamento do recurso que ele mesmo impetrou.

Se o STF levar quatro anos para o julgar o recurso, Tarso não paga o piso.

Salvo se for reeleito.

Tarso é Yeda de bigode?

A meritocracia agora se chama avaliação pelo mérito?

Para aplicar uma política tentada pela direita nada melhor do que um governo de esquerda?

Perguntar ofende?

Hipótese ponderada: o governador quer uma solução equilibrada, pagando mais, mas cobrando mais?

Hipótese pragmática e acaciana: fazer oposição é uma coisa, administrar é o contrário.

Hipótese realista: todo discurso de oposição é excessivo. Todo discurso da situação é defensivo.

*

Moral das histórias: o poder é sempre amoral ou imoral.

Um decote pode ser mais perigoso do que um abismo.

A política é a arte de fazer o o contrário do que se disse driblando a contradição.

A corrupção é a arte de cobrar o escanteio, correr para a área e fazer o gol de cabeça: quem vai receber o fornecimento inventa o fornecedor.

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