Do chuchu ao tomate

Do chuchu ao tomate

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O que nos preocupa mais no momento? As eleições na Venezuela? A possibilidade de uma guerra entre a Coreia do Norte, a Coreia do Sul e os Estados Unidos? Uma terceira guerra mundial? A permanência do deputado homofóbico Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e dos seus colegas, os mensaleiros João Paulo Cunha e José Genoíno, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara? Não. Garanto que não. Sei que não.

Definitivamente não.

A grande preocupação do momento é o tomate.

Houve o tempo do chuchu, diabolizado pelo ministro Mário Henrique Simonsen como responsável pela inflação.

Agora é o tomate que puxa os preços para cima.

Na feira de sábado de manhã, ouvi esta conversa:

– Tomate, não!

– Mas e a sua salada, amor?

– Tomate está fora do nosso orçamento.

– Não exagera!

– É o tomate ou a viagem a Miami, você escolhe.

– Ainda podemos ter os dois, não?

– Com o que eu ganho, não.

– Ora, amor, você é um psicanalista de renome.

– Pode ser. Falando nisso, quero te confessar uma coisa.

– Que coisa?

– Eu odeio suco de tomate.

A questão do tomate está revelando muita coisa escondida sob o tapete da sala. Por exemplo: o que andam fazendo os produtores gaúchos que não plantam tomate. Por que ficamos importando tomate de São Paul? O que é isso.

Vi, na mesma feira, uma senhora que se irritou:

– Tomate a esse preço? Ora, vão plantar batatas!

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