Governo Temer focado na corrupção
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Merece demorados aplausos.
Dez atitudes e medidas provam que o novo governo só pensa na corrupção:
- Temer nomeou um ministério de especialistas no assunto: citados, investigados e réus.
- Romero Jucá, ministro de Temer por uma semana, queria acabar com a Lava Jato para "estancar a sangria" e liquidar a corrupção por decreto. Gravado, caiu. Mas ganhou uma vice-presidência do Senado anticorrupção.
- O presidente em exercício aceitou indicações do impoluto Eduardo Cunha para a formação do seu governo. O líder na Câmara dos Deputados, André Moura, é acusado até de assassinato. Mas isso não vem ao caso.
- Ontem, Temer autorizou que se retirasse o pedido de urgência na votação de um projeto de Dilma de combate à corrupção. Não há pressa. As coisas precisam ser bem pensadas. O projeto criminalizava o caixa dois de campanha. Melhor deixar isso para depois das eleições. Medida, sem dúvida, de ponderação.
- Na calada da noite, Michel Temer recebeu no Palácio Jaburu o multiacusado de corrupção Eduardo Cunha. Por mera comparação: imagine o leitor se Dilma tivesse recebido José Dirceu!
- Na Câmara dos Deputados, aliados do governo Temer querem cancelar a votação no Conselho de Ética que abriu caminho para a cassação de Cunha. Acham que o pobre Eduardo está sendo injustiçado.
- Três ministros caíram. Outros, citados, investigados ou respondendo processos, continuam.
- No Congresso Nacional, circulam ideias para mudar leis e salvar políticos de operações Lava Jato da vida.
- O bravo Michel empurra a corrupção com a barriga. O país tem coisas mais urgentes tratar.
- O mercado, atolado na corrupção, apoia Temer, desde que todos possam se salvar juntos.
