Jango, um estadista
Presidente faria cem anos hoje
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João Goulart faria cem anos hoje.
Ele foi derrubado em 1964 por militares conservadores.
Sofreu um golpe midiático-civil-militar.
Não havia qualquer ameaça comunista concreta no país.
Criou-se uma fantasia para justificar a violação da Constituição.
Atolaram-se na lama golpista a imprensa, parte do Congresso Nacional, inclusive os presidentes das casas legislativas, os militares em geral, empresários e o STF.
Jango caiu pelas reformas fundamentais que pretendia fazer.
O Brasil era medieval, cruel, desigual e miserável para a maioria.
Jango queria modernizá-lo para um capitalismo com mercado interno.
O golpe que o derrubou implantou uma ditadura que começou a funcionar imediatamente torturando, prendendo, cassando mandatos, perseguindo oponentes e tudo mais.
A Operação Limpeza, de abril a agosto de 1964, foi devastadora em violência arbitrária.
Primeira veio a violência dos golpistas. Depois, a luta armada da esquerda.
João Goulart, como disse Darcy Ribeiro, caiu por seus acertos.
Sabia ouvir, era inteligente, tinha o melhor ministério da história do Brasil, e queria mudar.
A imprensa inteira trabalhou para desqualificar a sua imagem.
Gente como Alberto Dines atuou para transformá-lo no contrário do que era.
Muita gente que depois virou herói da resistência ajudou a derrubar Jango: Antonio Callado, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Dines e por aí vai.
A imprensa disse sim ao golpe e à ditadura.
Roberto Marinho morreu apoiando o regime.
A história precisa fazer justiça a Jango.
A sua queda atrasou o Brasil.