Médico denuncia privatização dos hospitais gaúchos

Médico denuncia privatização dos hospitais gaúchos

publicidade

Hospital da Restinga – Construído com recursos Federais.

Não vi e não ouvi nenhuma menção ao fato de que o Hospital da Restinga foi construído com uma “doação” de recursos (R$ 65 milhões) feita pelo Ministério da Saúde ao Hospital Moinhos de Vento (a alegação é de que o Hospital Moinhos de Vento é uma entidade filantrópica – não sei em que mundo – nenhum paciente do SUS jamais passou pela porta do HMV – e se passou deve ter sido barrado em seu interior). O Hospital Moinhos de Vento, assim como o Hospital Mãe de Deus, é tão filantrópico como a Santa Casa de Misericórdia que declara para a imprensa que atende 62% de Planos Privados e mais 5 a 10% de privados puros – quando deveria atender 60% pelo SUS. E o terreno, pelo que sei, foi doado pela prefeitura de Porto Alegre ao HMV. Essa é a nossa “Saúde Pública”. Já comentei em outro artigo que 84% dos leitos hospitalares do Rio Grande do Sul são privados. E que o setor privado detêm de 7 a 10 vezes mais equipamentos para exames complementares do que o SUS. Deveriam ser 84% públicos e o restante privado. Nesta conta não estão incluídos os 120 leitos do Hospital de Clínicas que ficam à disposição de quem tem Plano Privado ou pode despender o dinheiro necessário para ser internado de forma privada no H. Clínicas.

O que é uma pouca vergonha.

E aí aparece na imprensa uma história declarando que os leitos do Hospital da Restinga não são utilizados por falta de profissionais médicos!!!!!

Faltam médicos em Porto Alegre? Desde quando?

Porto Alegre tem uma das maiores taxas de médicos por habitante do país.

O que existe é uma vergonhosa política de privatização e subsídio ao setor privado, transformando o “setor público’ em um setor desqualificado e de dificílimo acesso. Filas e mais filas, meses para ser atendido por um especialista e assim vai.

É uma desfaçatez. Em 2013 a arrecadação de impostos pelos governos foi de 1 trilhão e 700 bilhões. Desse total, 1 trilhão fica com o governo Federal. Não daria para disponibilizar os 160 bilhões para a saúde e fazer uma saúde decente para o povo.

Falta de dinheiro não é. É falta de vergonha.

E ainda temos, como também já comentei, um Laboratório de Fabricação de Medicamentos – LAFERG S – que há 15 anos não produz nenhum tipo de medicamento. Também não é falta de recursos financeiros. É uma política deliberada de beneficiar os setores privados que vendem medicamentos.

Espero que nas próximas eleições o povo eleja um governo comprometido com os interesses da população e não de um punhado de setores privados – se é que existe algum candidato com esse perfil. Eu particularmente, penso que não.

Nem no Estado e nem em nível Federal.

 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895