Médicos e amigos

Médicos e amigos

Meus apoios em tempos de coronavírus

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      Não posso deixar de registrar meu deslumbramento com os tantos médicos que têm me ajudado desde que, no final de março, achei que tinha uma faringite e descobri que era coronavírus. Meu amigo dr. Alcides Stumpf, de Erechim, me proporcionou contato com um otorrino, dr. Elmar, que me deu orientações precisas e me tirou dúvidas. Encontrei um anjo da guarda em Novo Hamburgo, o geriatra Leandro Minozzo. Virou um amigo. Foi ele quem me alertou para uma possível falta de ar na minha dificuldade de falar. Sempre que vacilei ele me fortaleceu. Que sujeito bacana! Quanta sensibilidade e competência.

      Já falei do incrível doutor Gilberto Schwartsmann, que entra na minha psicologia e me anima, e do meu sereno infectologista, doutor Fabiano Ramos, que tem me conduzido com mão firme e segura. Sou grato também ao otorrino Denis Knijnick, que fez a gentileza de me ligar para me ouvir sobre minha garganta. Um agradecimento imenso ao otorrino Bernard Beraldin, que me examinou na última terça-feira. Todas as manhãs e noites meu primo e amigo do peito Eleú da Rosa Pires, psiquiatra que clinica em Livramento, me protege com seu conhecimento e capacidade de motivação. Minha sobrinha Caroline Martins, recém-formada em medicina e já na linha de frente na periferia de Porto Alegre, me socorre volta e meia. A Doutora Rosimeri Xarão, amiga de infância da Cláudia, também entra em campo se preciso de algum empurrãozinho.

      Aos poucos, a energia e o apetite voltaram. Vou engordar. Passei a tomar água como nunca antes. Tenho suportado o tempo inteiro em casa com leituras, filmes, música e novamente trabalho, o que me deixa feliz. Voltei aos pouquinhos ao Esfera Pública, com os maravilhosos Taline Oppitz e Lucas Rivas, graças ao suporte dado pelo sensacional Nando Gross, gerente de programação da Rádio Guaíba, a quem admiro pelo talento e pela generosidade. Aqui, no Correio do Povo, Telmo Flor nunca me falta. Na PUCRS, meus colegas e amigos não podem ser mais gentis.

      Por que falo disso agora? Porque a atenção das pessoas me comove. Em meio ao desalento da pandemia aparecem pessoas maravilhosas, interessadas, gente com quem eu havia perdido o contato, conhecidos apenas, leitores, ouvintes. O mundo, apesar do tempo difícil, revela o seu lado bom. Comento também por acreditar que tarefa de cronista é universalizar o particular e tratar das coisas do seu tempo. Hibernei. Estou voltando à superfície aos poucos. Tenho a impressão de que serei outra pessoa. Não digo que serei melhor ou muito menos perfeito. Digo que olharei para coisas que antes não me chamavam a atenção.

      Estou vivo e apaixonado pela vida. Quero a alegria dos encontros com amigos, o carinho das relações com a família, o estímulo dos desafios do trabalho, a energia da arte, a beleza dos dias de sol. Quero ser o cronista de um novo tempo de esperança, que só começará para todos, de fato, quando a ciência tiver a vacina contra o corona.


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