Morrer no pago

Morrer no pago

Em memória de Telmo de Lima Freitas

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Eu quero voltar ao meu pago

Para morrer sem o olhar vago

Que a saudade me impõe.

Eu quero cantar as coxilhas,

Os matos e as tropilhas,

Tudo que com o tempo se foi.

Um dia eu saí de Palomas,

Deixando para trás o jasmim,

O mate, os potros e as domas,

Mas Palomas nunca saiu de mim.

Eu sonho em sentir o amanhecer,

Andar pelos campos até me perder

Nas lembranças sem tristeza

Da infância com sua beleza,

Tropa de osso, água do poço,

Banho de sanga, a junta na canga,

E eu arrastando asa para a menina,

Antes de seguir esta minha sina

De gaudério tão longe de casa.

 


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