Mudança estrutural na moralidade pública

Mudança estrutural na moralidade pública

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Quando um político era acusado de corrupção cabia-lhe pedir afastamento do cargo até o esclarecimento.

Passada essa época, certamente mítica, coube ao governo afastar os suspeitos.

Entramos definitivamente numa nova era.

Agora, nestes tempos despudorados, quando um político é acusado de corrupção imediatamente o governo lhe consegue um cargo melhor, com promoção, dando-lhe foro privilegiado e colocando-o fora do alcance da primeira instância judicial. O paraíso é o STF, que não julga, por desinteresse, e portanto não condena. Tudo se inverte. O menor rigor está no topo.

Os mais altos postos da República abrigam delatados da Lava-Jato: presidência da República, presidência do Senado, presidência da Câmara dos Deputados, presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e ministérios.

Os mais notórios citados na Lava-Jato que estão no topo do poder são: Michel Temer,Rodrigo Maia, Eunício Oliveira, Édison Lobão, Moreira Franco, Renan Calheiros, etc.

Creio que o etc me processará por não ter sido delatado até agora.

O que há em comum entre os citados? São todos do PMDB.

Falso: Rodrigo Maia é do DEM.

Ainda bem que o Senado aprovou a reforma do ensino médio. A partir de agora filosofia, sociologia e artes serão opcionais. A escola é obrigada a oferecer, mas o aluno faz se quiser.

Quanto alunos escolherão sociologia? Depois de dois anos sem alunos querendo fazer sociologia e filosofia o que acontecerá? A escola deixará de oferecer por uma questão de custos, a chamada relação custo-benefício.

Em linguagem popular, deu para bola dessas disciplinas.

O resultado virá: não haverá muita gente no futuro para exigir o afastamento de políticos acusados de corrupção.

Como se sabe, isso é coisa de ex-alunos contaminados ideologicamente por leituras filosóficas e sociológicas.

Eis a grande contribuição do Senado de Calheiros e Eunício para o Brasil do futuro.

Essa turma delatada atende também por codinomes: Botafogo, Índio, etc.

Não, admito, o etc é inocente.

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