Saudades da querência
Manhã de um gaúcho ao crepúsculo
publicidade
Gauchada
Acordo cedito de madrugada
Abro a janela pra ver a geada
Visto alquebrado a bombacha
Não sei se a vida me acha
Só sei que o dia me chama
Só sei que a carcaça reclama
Cevo o mate com mão de borracho
Ponho o chapéu de barbicacho
Saio pro campo num zaino vistoso
E tudo está lá: campo e lagoa,
Mato e cachorro, um vento sedoso,
Léguas e léguas para se olhar
Anos passados para lembrar
A vida correndo num galope suave
O cabelo branqueando a cada oração
As rugas sulcando um pergaminho
Neste meu rosto de gaúcho sozinho
Nesta minha alma antes tão grave
Então eu me sento na cama e sorrio,
Ouço o minuano e também assobio
Sei que reponto uma tropilha de imaginação.