Sobre elogios, coices e comentários

Sobre elogios, coices e comentários

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Juremir, recebi agora o Correio. Estava no meu pátio, com meus cuscos (são seis)  e  li   tua coluna  ( Uma Perda). Terminei chorando.  Não sei se é a época que nos deixa mais sensíveis - Natal  -  ou  é a  idade ( no meu caso, 64). Um abraço,  José Ernani.

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Boa tarde!!!!

Prezado amigo Juremir  (trato o Sr. assim, pois sou leitor assíduo de sua coluna no Correio do Povo).

Meu nome é Marcelo Campos e estou atualmente morando em Concórdia /SC há mais de vinte anos. sou Professor de Educação Física. Temos algumas coisa em comun como torcer pelo Internacional (aja sofrimento esse ano), ser de esquerda, não gostar do que o Paulo Coelho escreve...entre outras ...)

Escrevo para dizer o quanto fiquei perplexo com um comentário no seu blog assinado por alguém de nome Francisco acusando-o de ser petista (o que é um direito de qualquer cidadão ter sua preferência ou não)...nesse cometário, ele afirma que há uma defesa intransigente do governo Tarso Genro, opinião com a qual não concordo, pois como falei anteriormente leio sempre sua coluna, sei da admiração que tem pelo Governador, mas mesmo assim nunca deixou de ser coerente com suas opiniões fortes e contextualizadas, muitas vezes inclusive com inúmeras críticas ao PT e ao Governo Tarso Genro.

Não sei se tem acompanhado, mas esse ano participamos de um greve, aqui em SC, a  qual durou 62 dias, exatamente como ponto principal de reinvidicação a questão da implantação do Piso Salarial Nacional Unificado aprovado pelo governo LULA, atualmente no valor de C$ 1.187,00. O que mais nos deixa intrigados é saber que que o governo do RS é Petista e responde vergonhosamente ao magistério, realmente lamentável. Outra questão interessante a ser levantada é onde a CUT estava durante o movimento do magistério do RS.

Obs.: em tempo tenho a maior adimração pelo Sr. Governador Tarso Genro, mas nem por isso deixo de critícá-lo quando acho errado.

Teria muitos assuntos a levanrtar aqui, mas sei que o amigo ( me permita chama-lo assim) é muito ocupado...outra enviarei mais emails.

Um abraço do tamanho do RS

Marcelo Campos

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Oi, Juremir!

Juremir, não se pode ler uma coluna como esta, de domingo, quando  se está sozinha em casa, sem a probabilidade de  falar com qualquer outro ser, além de um coelho, além claro, de ser época de Natal.

Me deu uma angústia e, logo tratei, de passar em revista o meu passado para ver se também eu não havia incorrido no mesmo"erro" que tu, ao deixar de conviver ou, mesmo, tentar saber noticias da Dona Maria, depois de tantas vezes  ter filado o almoço na casa dela.

E sabes que na busca que fiz no meu passado, encontrei algo semelhante? Em 1971, morando em P. Alegre, estávamos na época das festas de fim de ano, eu não tinha dinheiro nenhum para ir a Livramento (também sou de lá), passar o Natal, data que para mim, sempre foi muito triste e de muita angústia. Iria, portanto, ficar sozinha. Um senhor colega meu , chegou-se a mim e perguntou: guria, vais para casa passar o Natal? Respondi-lhe que não. Ele perguntou:  por que? Disse que tinha decidido ficar; nem me passou pela cabeça mencionar a falta de dinheiro, afinal ele era o homem, e isso, para mim já representava um perigo muito grande. Mas ele, mais experiente, logo percebeu  a razão e ofereceu o dinheiro da passagem, que prontamente recusei. Diante de minha insistente recusa, ele perguntou se poderia contar-me uma estória. E começou dizendo:"quando vim morar em Porto Alegre, na noite do Ano Novo, eu recém chegado não conhecia ninguém; só tinha quatro cruzeiros no bolso ( a moeda era outra, mas não lembro qual foi a anterior ao cruzeiro), sentei num bar e comprei um charuto que custava 2 e um copo de chope que, também, custava 2,  e assim passei a virada do ano,foi o dia  mais triste da minha vida, e é por saber o que é ficar sozinho nessas festas que não quero que fiques aqui, te empresto o dinheiro e depois tu me pagas". Naquela altura eu já estava quase chorando antevendo o meu triste Natal. Aceitei o dinheiro e logo que pude devolvi, e depois perdi de vista o meu bom samaritano, que "apesar" de ser homem, foi bom e desinteressado.

De vez em quando lembro dele, mas não sei é vivo ou morto e isso me deixa triste, e  a tua coluna veio reavivar esses sentimentos de angústia e tristeza, e até um pouquinho de remorso por não tê-lo procurado mais. Hoje, acredito que já não esteja vivo, pois, à época, era bem mais velho que eu.

Juremir, o que leva  a gente a  fazer isso?Viramos as costas a pessoas que foram tão boas e que nos auxiliaram em momentos tão cruciais de nossa vida. Jamais as esquecemos, apenas as relegamos para algum canto de nossa mente, de vez em quando aparece a lembrança, mas logo a escondemos novamente. Será que é para não tomarmos contato com algo que foi tão dolorido e que é difícil recordar? Será que é egoismo, ou será que vale aqui essa frase odiosa que muita gente usa: "a fila anda"?

Juremir, a tua coluna foi linda mas me deixou muito triste; o meu domingo que já não seria dos mais animadores certamente ficou pior.

No entanto, te agradeço mesmo assim, essa tua coluna vai resgatar um pouco mais  da minha humanidade,  às vezes tão fácil de esquecer!

Um abraço e boa semana,

Maria Ester

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É meu amigo Juremir. Estamos todos encarnados neste orbe terrestre, que é nossa escola de aprendizado. Por isso devemos procurar os que são caros e nos ajudaram na caminhada terrena, quando estes ainda estão aqui. Dona Maria, com certeza foi acolhida e esta melhor que nós. Ah! Muitas vezes choramos, quando a conciência pesa, pelo que deixamos de fazer por aqueles que de um modo ou outro nos acolheram na estrada da vida. Não importa se a sua filha soube de sua morte, importa que o filho que ela adotou soube, mesmo tarde para o abraço de despedida. Mas não te preocupa, tu não deste o abraço de despedida, mas vai poder dar, um dia, o de reencontro. Um abraço!

Jeferson Adelar

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Comentário do titular deste blog: não sou esquerdista nem direitista. Sou um observador social, um cronista da sociedade hipermoderna, um franco-atirador irônico, colorado crítico, sem fanatismo nem qualquer antipatia pelo Grêmio, futebol é só um jogo, o escambau. Comentários de leitores contendo palavrões, infâmias, difamações, calúnias, insultos a colegas, ataques histéricos, coices e outras gentilezas do gênero não são publicados.

 

 

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