Uma fábula palomense

Uma fábula palomense

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Vivaldino, guarda de trânsito em Palomas, só enxergava com o olho direito.

Amaralino, funcionário da Viação Férrea, só enxergava com o olho esquerdo.

Propuseram a eles que trabalhassem em cooperação.

Não foi possível.

Preferiam competir.

Acabaram demitidos.

No lugar dos dois, acumulando funções, assumiu Coraldino, que enxergava reto.

Faltava-lhe visão periférica. Fazia disso um trunfo:

— Nunca perco o foco – gabava-se.

Morreu atropelado por um touro, que o pegou na diagonal.

Moral da história: em Palomas, o acaso era uma questão de ponto de vista.

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