Governo tenta, mas clubes barram torcida visitante na Superfinal da Libertadores

Governo tenta, mas clubes barram torcida visitante na Superfinal da Libertadores

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Ideia de Macri foi rejeitada pelos clubes - Foto: Juan Mabromata / AFP


 

Em meio à tentativa do Grêmio de ganhar os pontos da semifinal contra o River Plate em julgamento na Conmebol, o presidente Mauricio Macri lançou via Twitter na última sexta-feira uma informação que sacudiu a Argentina. Macri revelou que estava tentando junto aos órgãos de segurança viabilizar a realização das finais da Libertadores entre Boca e River com torcida visitante. A ideia, porém, parou nos clubes, que rechaçaram receber torcedores rivais em seus estádios.

 

A questão principal, claro, é de segurança. Outro motivo é que tanto Boca Juniors quanto River Plate têm problemas para lidar com seus associados em grandes jogos. Ambos clubes têm mais sócios que lugares disponíveis na Bombonera e no Monumental de Núñez. A presença de 4 mil visitantes pretendida por Macri resultaria em pelo menos 6 mil torcedores locais a menos por conta das separações entre as torcidas.

 

Logo após o tuíte de Macri, a imprensa argentina já assegurava que os clubes não aceitariam a ideia. Na noite desse domingo, os presidentes de Boca e River, Daniel Angelici e Rodolfo D’Onofrio, respectivamente, se manifestaram publicamente em entrevista a um programa de televisão. Os dois rejeitaram a possibilidade de torcedores visitantes nas finais.

 

“Para dar quatro mil ingressos ao River tenho que deixar quatro mil sócios fora. Além disso tenho que deixar um espaço entre a torcida visitante e a do Boca. Não há possibilidade”, afirmou Angelici, que foi acompanhado por D’Onofrio.

 

“Isso tem que ser feito com tempo, não pode ser assim. Tentamos ano passado na semifinal com o Lanús e não nos permitiram. Hoje, o estádio não nos permite isso já que passamos por reforma (no setor que ficariam os visitantes)”, disse o presidente do River Plate.

 

A proibição da presença de torcida visitante nos estádios da Argentina existe desde 2013, quando - após uma série de casos de violência - a morte de um torcedor do Lanús em confronto com a polícia antes de um jogo com o Estudiantes em La Plata fez a AFA decretar a norma. Desde então, algumas exceções foram abertas, mas nenhum grande clássico ocorreu com torcedores de ambos times.

 

O último Superclássico em Buenos Aires com duas torcidas ocorreu em maio de 2013, na Bombonera. Desde então, Boca e River só jogaram com torcedores dos dois clubes em partidas no interior, caso da Supercopa, disputada em março deste ano em Mendoza.

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