Superfinal da Libertadores: Boca e River empatam em jogo marcado por duelo tático e emoção na Bombonera

Superfinal da Libertadores: Boca e River empatam em jogo marcado por duelo tático e emoção na Bombonera

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Benedetto e Pinola foram destaques na Bombonera - Foto: Alejandro Pagni / AFP


 

Boca Juniors e River Plate empataram por 2 a 2 na tarde deste domingo na Bombonera no jogo de ida da “Superfinal” da Libertadores da América. Com gols de Ábila e Benedetto, o time da casa esteve na frente duas vezes, mas um tento de Pratto e outro contra do zagueiro Izquierdoz garantiram o empate para os visitantes em uma partida cheia de emoções e marcada por um duelo tático entre os dois técnicos.

 

Sem poder acompanhar seus comandados na Bombonera em razão da suspensão aplicada pela Conmebol do não cumprimento de parte punição na semifinal contra o Grêmio, Marcelo Gallardo armou uma armadilha para Guillermo Schelotto no começo do jogo deste domingo. De forma surpreendente, Martínez Quarta iniciou como titular com o River Plate tendo uma linha de três zagueiros em sua defesa. O posicionamento complicou o Boca, que teve o esperado 4-3-3 no começo do jogo com Villa e Pavón pelos lados do campo formando o ataque com Ramón Ábila.

 

Como os dois times iniciaram o jogo:



 



 

 

A formação com três zagueiros permitiu ao River adiantar os laterais Montiel e Casco, o que praticamente anulou as jogadas pelo lado do campo do Boca. Com Pity Martínez centralizado mais próximo de Enzo Pérez e Palacios, o meio-campo millonario teve superioridade sobre o setor xeneize nos primeiros minutos. Melhor no início do jogo, o River teve duas grandes chances em bolas paradas. Na primeira, aos 5, Pity Martínez bateu uma falta no ângulo e Rossi mostrou segurança ao fazer uma bela defesa mandando a bola para escanteio. Na cobrança do corner, Martínez Quarta subiu sozinho e cabeceou para fora.

 

O Boca Juniors seguiu sem conseguir se impor jogando diante de sua torcida até que aos 27 um lance casual ajudou a mudar a partida. Pavón sentiu uma lesão muscular na coxa e teve de ser substituído. Schelotto teve boa visão dos problemas de sua equipe e optou por mandar Dario Benedetto a campo. O Boca então passou a ter dois centroavantes em cima dos zagueiros do River. O esquema foi alterado para o 4-4-2 com Nandez passando a atuar aberto pelo lado direito.

 

Boca após a entrada de Benedetto:



 

A mudança fez muito bem ao Boca que chegou ao seu gol aos 34. Após passe de Olaza, Ábila deu o corte em Quarta e bateu de direita para uma primeira defesa de Armani. O mesmo Ábila pegou o rebote e soltou uma bomba de pé esquerdo sem chances para Armani e abriu o placar na Bombonera para o delírio dos mais de 50 mil bosteros presentes.

 

A vantagem do Boca, porém, durou pouco. O River Plate aproveitou uma bobeira xeneize na marcação e empatou logo na saída de bola após um belo passe de Pity Martínez para Pratto, que venceu Izquierdoz na corrida e bateu cruzado para o gol, 1 a 1.

 

Os gols deixaram o jogo mais aberto com os dois times tendo chances para o segundo tento. O Boca foi mais feliz e a troca de Schelotto voltou a dar resultado. Aos 46, Benedetto aproveitou falta frontal batida por Villa e fez um bonito desvio de cabeça para botar o Xeneize novamente na frente, 2 a 1.

 

As duas equipes voltaram sem mudanças para o segundo tempo. O Boca iniciou tentando pressionar em busca do terceiro gol, mas logo essa iniciativa perdeu força. Aos 13, Nacho Fernández entrou no lugar de Martínez Quarta e o River passou a jogar com uma linha de quatro defensores com um losango no meio-campo.

 

Foi nesse momento que talvez Schelotto tenha demorado para mexer eu seu time. O Boca encontrava espaços no meio-campo, mas a imprecisão de Pablo Pérez nos passes travava a transição ofensiva. Uma opção ali era a entrada de Fernando Gago. A troca não ocorreu e o River chegou ao empate em um lance de bola parada. Após uma falta sofrida por Nacho Fernández em lance com Pablo Pérez, Pity Martínez bateu para a área e, na disputa com Pratto, Izquierdoz acabou desviando contra o gol de Rossi, 2 a 2.

 

 

River após a primeira troca:



 

O Boca claramente sentiu emocionalmente o gol do River e a tentativa de Schelotto foi Carlos Tevez. Carlitos entrou no lugar de Villa com uma nova alteração no esquema tático. O Boca passou então a espelhar o losango de meio-campo do River e o jogo que se tornou mais travado que na primeira etapa.

 

Schelotto acabou perdendo a oportunidade de uma terceira troca mais ofensiva com a lesão de Jara, que deu lugar a Buffarini. No River, a última mudança do auxiliar Matías Biscay foi o colombiano Juan Quintero na vaga de Pity Martínez. As duas equipes, porém, arriscaram pouco nos minutos finais.

 

Boca com Tevez:



 

Tevez, mesmo longe da melhor forma, conseguiu ter participações importantes no jogo. A primeira foi aos 30 quando sofreu falta de Borré e cavou o amarelo do colombiano que estava pendurado e não vai poder jogar na partida de volta no Monumental.

 

Mas o grande lance de Tevez aconteceu já nos acréscimos. Carlitos recebeu de Ábila na frente da área rival, fez uma bela jogada e deixou Benedetto na cara de Armani. O centroavante acabou perdendo um gol que não costuma perder. Na tentativa de finalizar de primeira, Benedetto parou em Armani, que com uma arrojada saída fez a defesa e garantiu o empate em 2 a 2 no Superclássico.

 

O River deixou a Bombonera satisfeito com o empate, o que ficou claro nas imagens que circularam nas redes sociais de Marcelo Gallardo comemorando o resultado com torcedores que acompanharam a partida no Monumental de Núñez. No Boca, Tevez foi o responsável por dar um forte discurso aos jogadores xeneizes antes da ida ao vestiário após o apito final.

 

O título da Libertadores será decidido daqui a duas semanas no Monumental de Núnez, no dia 24 de novembro. Como não há o critério do gol de visitante como desempate na final, qualquer empate em Núñez levará a decisão do título para os pênaltis. O River terá a seu favor o favor local enquanto o Boca irá em busca da façanha diante de mais de 50 mil torcedores rivais. Borré, suspenso, será desfalque certo para Gallardo. Pavón e Jara, que deixaram o jogo deste domingo com lesões, são dúvidas para Schelotto.

 

Veja os melhores lances do jogo:


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