Flip define o seu abre alas

Flip define o seu abre alas

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Numa quarta-feira de Cinzas, as Mangueiras, Portelas. Unidos, Imperadores, Vai-Vais, Rosas, Bambas, Blocos, Bacos e Dionisos dão lugar à vida real, às coisas do dia a dia e ao ano que está se desenhando. Um dos principais eventos literários do calendário brasileiro já vai ganhando seus traços e com rápidas pinceladas os organizadores da Festa Literária Internacional de Paraty (RJ) vão delineando o evento que será realizado de 1º a 5 de julho e terá como homenageado o escritor, cronista, ensaísta, contista, poeta, crítico literário, musicólogo, folclorista e gestor cultural, isto se não esqueci um dos seus tantos atributos, Mário de Andrade. O autor paulistano de Pauliceia Desvairada e Macunaíma morreu há 70 anos num 25 de fevereiro de 1945, aos 51 anos.
Mas não vamos falar de Mário de Andrade, pois já abordamos o múltiplo autor - um dos pilares da Semana de Arte Moderna, de 1922, encerrada em São Paulo neste 18 de fevereiro e do Modernismo brasileiro - na edição do dia 14 do Caderno de Sábado, do Correio do Povo. Vamos falar do abre-alas da 13ª Flip. O historiador e cientista político Boris Fausto é o primeiro grande nome anunciado para o evento. Conforme o curador da Flip, Paulo Werneck, a intenção é trazer para a Flip o antigo e novo para discutir Mário de Andrade, os especialistas e as novas gerações.

 

Nascido em São Paulo, Boris Fausto é filho de imigrantes judeus, o pai da região da Romênia (antiga Transilvânia) e a mãe, da Turquia. Bacharel em Direito e História pela Universidade de São Paulo – USP, Boris fez doutorado em História na Universidade e chegou à livre-docência, o mais alto título acadêmico. Aos 84 anos (8/12/1930), tem como suas principais obras "A Revolução de 1930 - historiografia e história" (1ª edição em 1970), e "História Geral da Civilização do Brasil", sobre a História do Brasil desde a época colonial até 1964, escrita em parceria com Sérgio Buarque de Hollanda, publicada em 11 volumes nos anos 1990 e reeditada pela Bertrand Brasil nos anos 2000, além de "Getúlio Vargas: o poder e o sorriso" (Companhia das Letras, 2006) e o memorialístico em primeira pessoa "Memórias de um historiador de domingo" (Companhia das Letras, 2010).

 

O autor vem ganhando maior espaço na cena literária – e também novos leitores – com a publicação, no final de 2014, do diário "O Brilho do bronze" (Cosac Naify), no qual narra os sentimentos e reflexões sobre a morte da mulher, Cynira Fausto (1931-2010), com quem foi casado por 49 anos. O livro aborda as reflexões dolorosas do luto e acaba se voltando para a crônica concreta do cotidiano, de São Paulo e também algumas reflexões sobre o momento histórico e político do Brasil.  Boris ganhou três prêmios Jabuti. O primeiro foi em 1995, com "História do Brasil, Fundação para o Desenvolvimento da Educação", na categoria Livro Didático. O segundo foi em 1998, quando o historiador publicou sua primeira obra memorialística, "Negócios e ócios", sobre sua infância, na categoria Ciências Humanas. O terceiro foi em 1999 como organizador, com "Fazer a América: a imigração em massa para a América", lançado pela EDUSP, na categoria Ciências Humanas.

 

ALGUNS OUTROS AUTORES ANUNCIADOS PARA A FLIPINHA

 

ONDJAKI - Angolano é prosador, poeta e roteirista de cinema. É membro da União dos Escritores Angolanos e da Associação Protectora do Anonimato dos Gambuzinos. Seus livros foram traduzidos para idiomas como espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco e polaco. Publicou livros como "O voo do golfinho" (Companhia das Letrinhas), "Uma escuridão bonita" (Pallas), "O céu não sabe dançar sozinho (contos, Lingua Geral, 2014), entre outros. Site: www.kazukuta.com/ondjaki

ALESSANDRA PONTES ROSCOE - Mineira, moradora do Distrito Federal, Possui 25 livros publicados, entre eles "Histórias pra boi casar Peirópolis[M1


DILAN CAMARGO - Gaúcho de Itaqui, publicou, em cerca de 30 anos de carreira, mais de 20 livros de poemas e contos infantis, juvenis e adultos, além de peças teatrais e letras de canções. Vencedor de prêmios em literatura e música, com longo histórico de publicações em jornais e participações em feiras de livro, Dilan é também um dos fundadores da Associação Gaúcha de Escritores e apresenta o programa Autores e Livros, da TV Assembleia, canal 16 da NET. Entre os seus livros dedicados ao público infantil e juvenil estão "O Man e o Brother" (8Inverso), "BrincRIar" (Projeto) e "Com Afeto e Alfabeto" (Edelbra).

ODILON MORAIS - Paulista, cursou arquitetura, mas sua paixão por livros e desenhos (bem como uma boa dose de acasos) o levou a trabalhar com ilustração de livros. Recebeu prêmios como o Jabuti e o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores. Hoje, Odilon divide suas atividades entre a produção e os cursos que ministra no Instituto Tomie Ohtake e em outras instituições. Ilustrador dos livros "Será o Benedito!" (Cosac Naify, 2008), a partir da obra de Mário de Andrade, e "Germinal", de Émile Zola.

DILÉA FRATE - Paulista, é jornalista e escritora. Foi diretora e redatora do Programa do Jô durante 20 anos. Publicou sete livros infantis. "Procura-se Hugo" (Ediouro) virou peça de teatro. Um de seus últimos livros "A menina que carregou o mar nas costas" (Nova Fronteira) acaba de ser transformado em um curta-metragem dirigido e roteirizado por ela. Foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte e recebeu a menção honrosa da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Criadora do programa Tv Piá, eleito pelo júri infantil do Festival Comkids Iberoamericano como o melhor programa infantil de não ficção para crianças de 7 a 11 anos.

JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA - Paulista, é graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de São Paulo, onde é professor desde 1993. Em 2013, concluiu, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sua pesquisa de pós-doutorado sobre a interface entre a publicidade e a literatura. É autor de contos e romances, além de obras para crianças e jovens. Possui mais de 30 livros publicados, que lhe valeram alguns dos mais importantes prêmios literários do país: Jabuti, Guimarães Rosa/Radio France Internationale, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e APCA. Escreveu para o público infantil as obras "Prendedor de sonhos" (Ática/ Scipione), "Ladrões de histórias" (Formato/ Saraiva) e "O homem que lia as pessoas" (Edições SM).

CLAUDIO FRAGATA - Paulista de Marília, foi jornalista e editor antes de se dedicar integralmente à literatura. Passou parte da infância como menino de apartamento em São Paulo, onde seus companheiros eram os livros e o seriado Sítio do Pica-pau Amarelo, baseado na obra de Monteiro Lobato. Autor dos livros "Alfabeto escalafobético" (Jujuba) e "A princesinha boca-suja" (Ática/ Scipione).

SIMONE MATIAS - Formada em jornalismo, estudou desenho e pintura nos EUA, no Brasil e na Itália. É ilustradora e professora de desenho, pintura e ilustração. Lançou seu primeiro livro em 2006 e hoje tem mais de 40 livros publicados. Fez ilustrações para a Folha de São Paulo, Folhinha e para a Revista Crescer.

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