Noite de livros e emoções
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Açorianos de Literatura lembrou quem nos deixou e premiou obra acadêmica como Livro do Ano
Por Luiz Gonzaga Lopes
A cerimônia de premiação da 22ª edição do Açorianos de Literatura realizada na noite desta segunda-feira foi como sempre curta, direta, mas teve emoção de sobra com homenagens àqueles que partiram em 2015, além da valorização do trabalho feito na academia com a premiação de uma obra da categoria Ensaio de Literatura e Humanidades como o Livro do Ano: “O Som da Folha Quando Cai – Ensaio sobre o Processo Criativo em Poesia, de Daniela Damaris Neu.
Com a condução de Shana Müller, que foi apresentadora e intérprete, acompanhada do pianista Christian Sperandir, a cerimônia foi de lembrança de Sérgio Napp e Antônio Augusto Fagundes, com a interpretação de "Milonga da Saudade" e "Piazito Carreteiro", respectivamente, e também de Carlos Urbim e Hermes Bernardi Jr, falecido no sábado. Um dos primeiros prêmios da noite foi para Hermes, vencedor da categoria Infantojuvenil, com “Eu é um Outro” (Edelbra). Ainda impactado pela dor da perda, o irmão de Hermes, Paulo Roberto Bernardi, disse que Hermes era contraditório, nasceu num dia de nevasca e morreu 50 anos depois numa temperatura de 30 graus em Recife. “Ele almejou tanto este prêmio e não pôde estar aqui para receber. Que na próxima encarnação o Junior possa continuar esta obra que ele começou”, afirmou.
FAMÍLIA CORSO
A família Corso, o casal Mário e Diana, arrebatou os prêmios das categorias Infantil e Crônicas. Mário recebeu o prêmio por “A História Mais Triste do Mundo” (Bolacha Maria) e Diana por “Tomo Conta do Mundo” (Arquipélago Editorial). As mulheres, aliás, arrebataram cinco dos 12 prêmios da noite. Além de Diana e Daniela Damaris Neu, que recebeu o Livro do Ano e os R$ 10 mil da premiação e venceu a categoria Ensaio de Literatura e Humanidades, as outras vencedoras foram Maria Carpi em Poema, com “O Perdão Imperdoável” (Bertrand Brasil) e Maria Pilla em Narrativa Longa, com “Volto Semana que Vem” (Cosac Naify).
AMOR E MORTE
Na categoria Conto, o livro vencedor foi “Quebrantos e Sortilégios”, de Ivo Bender (Terceiro Selo); na Especial, deu “Julio Reny – Histórias de Amor e Morte”, de Cristiano Bastos (Artes e Ofícios). “Foi o meu primeiro prêmio. Isto que concorri algumas vezes. Agradeço ao Cristiano por ouvir minhas histórias durante dois anos ébrio. A estrada corre para sempre”, agradeceu Julio Reny. Nas categorias não-literárias, Flávio Wild venceu Capa por “Desordem”, de Fernanda Chemale e Gisela Rodriguez (Edição Independente, com financiamento do Fumproarte) e Airton Cattani foi Açorianos de Projeto Gráfico pelo projeto e design do seu próprio livro “Poema das Quatros Palavras” (Marcavisual). O Prêmio Açorianos de Criação Literária, que concede R$ 10 mil ao vencedor e a publicação da obra inédita pela Editora da Cidade, foi para Caio Riter pelo romance juvenil “Cecília que Amava Fernando”.
A noite teve ainda a entrega dos Destaques Literários para Marô Barbieri pelo projeto Leitor de Rua, que desde 2010 promove atividades de leitura em espaços públicos das cidades gaúchas e para Patricia Langlois, diretora do Instituto Estadual do Livro (IEL) pelo projeto Autor Presente, que desde 1972 leva autores convidados até escolas, lares de idosos, penitenciárias e outros grupos para promover atividades literárias e a interatividade entre leitores e escritores.
VEJA OS PREMIADOS DA NOITE DO LIVRO:
Prêmio Açorianos de Literatura – 22ª Edição – 2015
Capa
Desordem, de Fernanda Chemale e Gisela Rodriguez, capa de Flávio Wild,
Edição independente, com financiamento do Fumproarte
Projeto Gráfico
Poema das Quatro Palavras, de Airton Cattani. Projeto Gráfico/Design de Airton Cattani, Editora Marcavisual
Infantil
A História Mais Triste do Mundo, de Mário Corso. Ilustrações de Bruna Assis Brasil, Editora Bolacha Maria
Infanto-Juvenil
Eu é um Outro, de Hermes Bernardi Jr., Editora Edelbra
Crônica
Tomo Conta do Mundo – Confissões de uma psicanalista, de Diana Corso, Editora Arquipélago Editoral
Conto
Quebrantos e Sortilégios, de Ivo Bender, Editora Terceiro Selo
Poema
O Perdão Imperdoável, de Maria Carpi, Editora Bertrand Brasil
Narrativa Longa
Volto Semana que Vem, de Maria Pilla, Editora Cosac Naify
Ensaio de Literatura e Humanidades
O Som da Folha Quando Cai – Ensaio Sobre o Processo Criativo em Poesia, de Daniela Damaris Neu, Editora Gazeta Santa Cruz
Especial
Julio Reny – Histórias de Amor e Morte, de Cristiano Bastos, Editora Artes e Ofícios
LIVRO DO ANO
O Som da Folha Quando Cai – Ensaio Sobre o Processo Criativo em Poesia, de Daniela Damaris Neu, Editora Gazeta Santa Cruz
Prêmio Açorianos de Criação Literária (Juvenil) 2015
Cecília que Amava Fernando, de Caio Riter