Os fins justificam os contos

Os fins justificam os contos

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Renata Wolff lança livro de contos "Fim de Festa", nesta quinta, na Palavraria, retratando fases da vida que chegam ao final

O fim de algumas fases da vida, as perdas, um relacionamento que começa e outro que termina, o fim do vício do cigarro ou uma traição, o irmão que morreu afogado, o casal que relembra uma perda em meio à neblina da estrada. Os contos de Renata Wolff são definitivos, daqueles fins que os justificam, mas também são de começos e recomeços, de vidas que se entrecruzam, de acontecimentos circunstanciais, trágicos ou necessários para uma bela trama ou uma transformação dos personagens. Os caminhos dos contos são diversos e há uma melancolia, uma solidão, o arfar de vidas que se procuram, que se resolvem, que se perdem. Renata é definida como uma mestre dos contos origami para o escritor Charles Kiefer ("Dia de Matar Porco"), que assina a orelha de "Fim de Festa", livro individual de estreia da autora, que será lançado pelo Terceiro Selo nesta quinta-feira, 27 de agosto de 2015, com autógrafos a partir das 18h, na Palavraria Livros & Cafés (Vasco da Gama, 165), em Porto Alegre.

 

Renata Wolff nasceu em 1980, em Porto Alegre. É formada em Direito pela UFRGS e servidora da Justiça do Trabalho. Participou das coletâneas "103 que contam" (2006) e "Outras mulheres" (2010), ambas organizadas por Charles Kiefer ("Dia de Matar Porco"). Seu conto "Vício" foi premiado com o primeiro lugar na categoria regional do Concurso Literário Mario Quintana, organizado pelo Sintrajufe/RS, em 2014. O conto "Névoa" foi premiado no 13º Prêmio Literário Paulo Setúbal, organizado pela Prefeitura de Tatuí (SP), em 2015. Para não falar de todos os 21 contos, vou me ater a estes dois premiados.

 

"Vício" abre os trabalhos com o acordar da noite de um casal de amigos que foi aproximado pelas circunstâncias da noite, mas mistura uma traição com o possível fim do vício do cigarro, a bagana que despenca do décimo segundo andar. Alguns pontos ficam em elipse, permitindo mais de uma interpretação para a traição e para o fim ou a manutenção do vício do cigarro. Já "Névoa" é de uma dor intensa. Um casal está na estrada e a névoa faz com que eles busquem a combinação de alertar para onde está a linha do acostamento. Uma perda na estrada há algum tempo ainda os atormenta e eles literalmente não sabem para onde ir por causa da neblina. A névoa envolve a relação e esta perda. Belo conto. Renata utiliza o efeito coral dos filmes e cruzando as vivências e trajetórias de vários personagens ao longo dos 21 contos.

 

Na orelha, Charles Kiefer tece suas impressões sobre a contista: “Desde o primeiro conto que li da Renata Wolff, chamou-me a atenção a sua economia verbal e narrativa, a sua compreensão profunda de que o simples é que é difícil, de que o contido é que tem potência, de que o concentrado é que pode espalhar-se dentro de nossa consciência de leitores por muito tempo. Os contos da Renata são para reler e relembrar. Como a personagem de Vício, equilibram-se na ponta dos pés, como delicadas bailarinas. Ou melhor, equilibram-se na ponta dos dedos da autora, essa mestre desses contos origami”.

SERVIÇO

LANÇAMENTO DE FIM DE FESTA, com sessão de autógrafos da autora.

Data e horário: 27 de agosto de 2015 (quinta-feira), a partir das 18h

Local: Palavraria (Rua Vasco da Gama, nº 165 – Bom Fim – Porto Alegre – RS)

Preço: R$ 35,00 (exemplar) / Contos / Formato: 14 x 21 cm / 160 páginas

Mais:  www.terceiroselo.com.br.

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