Na espera de ser “contemplado”

O ano de 2023 começou com uma afirmação para a mobilidade urbana de Porto Alegre, com uma parceria público-privada firmada no ano anterior: a instalação de abrigos de ônibus mais modernas, com estruturas com vidro, cobertura, bancos, tomadas USB, piso podotátil, iluminação artificial por LED e informação sobre as linhas. A concessão assinada entre a prefeitura e a empresa Eletromidia prevê que, até 2027, sejam instaladas 1.507 estruturas, das quais, 255 já estão espalhadas por diversas regiões, abrangendo zonas norte e sul, segundo mais recente levantamento feito pelo Município.

A reportagem percorreu a cidade e confirmou que as principais vias porto-alegrenses têm, pelo menos, uma parada de ônibus nos moldes previstos pela concessão. No entanto, ainda há áreas em que a precariedade ainda é a realidade atual. Diferentes dos novos equipamentos instalados tipo A, com quatro assentos, tipo B, com três assentos disponíveis, duas estruturas na avenida João Ferreira Jardim, bairro Rubem Berta, se resumem ao poste onde está afixada a placa indicativa de que ali o usuário pode esperar o coletivo passar. Não há cobertura, nem lugar para sentar. 

“Nesses dias de chuva, foi muito complicado, fica inviável esperar um ônibus nessas condições às 6h30”, conta a cuidadora Taiany de Moraes. Na esquina com a rua Raymundo Luiz Marinho Filho, o mato alto e o barro nas proximidades dificultam o cenário. “À noite, é até perigoso. Poderiam até colocar uma pracinha para o pessoal aproveitar melhor”, sugere. O aposentado Walmor Fernandes espera ver o equipamento em frente a sua casa “ser contemplado”. “Tomara que a gente esteja na fila dos próximos”, aguarda. 

Das novas paradas instaladas na cidade, 70 são abrigos sustentáveis, com placas fotovoltaicas para geração de energia, e 20 disponibilizam acesso gratuito ao wi-fi, com previsão de chegar a 100 abrigos com conexão 5G gratuita nos próximos meses. Segundo a prefeitura, está na lista das futuras instalações, a avenida João Ferreira Jardim.