Fernando Falavigna Vianna não conseguiu ficar olhando pela janela os vizinhos precisando de ajuda no 4º Distrito, em Porto Alegre, quando as cheias começaram. “Eu tenho minha saúde e estou em forma física para ajudar”, conta. Já foram centenas de resgates na região e em outros bairros. Praticante de esportes aquáticos, ele se uniu a grupos com botes, jipes e jet skis para auxiliar quem precisava deixar casas tomadas pela água. “É um trabalho comunitário, de formiguinha. Nós coletamos o pessoal com barcos e levamos até os jipeiros e os jipeiros levam a um ponto de resgate.”
No meio de tudo isso, ele e outros voluntários vão acalmando as vítimas até chegarem a um ponto seguro. E o trabalho continua. Amigos formaram uma equipe que vai se alternando conforme a necessidade. Em meio à dor e desalento, eles também vão motivando uns aos outros para dar seguimento ao serviço. Vianna destaca Marlon Henrique Almeida, Ridan Pereira, Éder Marcelo Almeida Saldanha e Salvador Prestes no grupo de incansáveis. Este último é uma referência para todos.
Referência
Com 75 anos, o serralheiro Salvador Prestes de Almeida é uma inspiração para o grupo de voluntários. “Ele não hesita em colocar a própria vida em risco para salvar os outros”, afirma Ridan Pereira. Entre os desafios nas missões de salvamento estão desde lidar com motores de barcos problemáticos até enfrentar a escuridão da madrugada sem lanterna. “Eu só quero ajudar”, diz ele. Salvador traz também um pouco de esperança para aqueles que ele resgata. Seu bom humor é a arma secreta contra o cansaço e a tristeza desses dias.
