Calibre 40

Calibre 40

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Calibre 40 é o título de um livro de contos que publiquei em 2010.

Foi um ano especial, aquele. Completei 40 anos de vida - o livro foi especialmente para comemorar este aniversário marcante de quatro décadas, eis uma das razões para o título ser este, calibre 40. Em maio de 2010 aconteceu a minha estréia aqui no CP. Lá se vão quase doze anos ao lado dos leitores, neste gigantesco portal de notícias e opinião. Volta e meia eu me belisco para ter certeza de que continuo aqui. E que mereço estar.

Sou muito crítico comigo, no fundo tenho certeza de que preciso melhorar muito como escritor. Tenho vontade de apagar tudo que já fiz. Jogar na fogueira. Tentar de novo. Fico pensando no quanto poderia ser melhor e no sonho que tenho de, um dia, de fato escrever algo bom. Não com a naturalidade de um Juremir, claro. Também não ouso tanto.

Por isso, qualquer elogio me surpreende e me deixa naquele estado de bobice feliz que muitos vão entender. A gente chega a reler cada palavra para desgustar mais e mais o momento único que é esse reconhecimento natural. O carinho do leitor.

Hoje, e só hoje, descobri que, há uns dois anos, uma jovem blogueira publicou uma resenha crítica sobre o "Calibre 40". Neste link.

Eu sempre fui um leitor apaixonado de Rubem Fonseca. Tenho todos os livros dele, alguns em diferentes versões, ou edições. Poucos no mundo souberam aliar tão bem a ficção com a brutalidade do submundo, do mundo do crime, das loucuras e a complexidade dos seres humanos sob suas máscaras sociais. "Calibre 40" foi minha única tentativa, confesso, e frustrada de ser mais um imitador de Fonseca. Minha geração é cheio de fonsequinhas. Seguidores, imitadores, alguns até com algum sucesso literário. Mas nenhum conseguiu ser como ele. Fonseca era único. Sempre será. Insubstituível.

Essa jovem blogueira fez eu me sentir um Fonseca, ao ler sua resenha crítica. Talvez foi o que me deixou tão feliz. Justo em dias onde ainda luto contra uma depressão que se arrasta e até a minha coluna, aqui no CP, ela conseguiu derrubar por algumas semanas. Obrigado, Rudy, por fazer este veterano feliz. Afinal, o maior e verdadeiro prêmio para um escritor é ser lido.

 

 


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