Nossa guerra perdida
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Caminhadas pela paz. Quantas são feitas todos os dias no Brasil? Quantas camisetas mostram jovens, crianças, famílias inteiras de inocentes vítimas da crueldade banal de nossa violência cotidiana? Qual o resultado? Discurso floreado de alguma autoridade, teoremas utópicos de um “especialista” de carpete e nada além. Aliás, de uns bons anos pra cá, as manifestações populares parecem ter perdido sua força. Muitos se reúnem, vão às ruas, pedem, protestam. O que muda? Nada. Quem ouve o clamor do povo? Quem toma alguma atitude de mudança? Ninguém. Todos os resultados dessa conta são contra nós, o coletivo. O Brasil sangra péssimos resultados mesmo pleno de espaços e possibilidades. Nossos números superam as guerras mais cruéis do planeta. Mas a pauta mais urgente dos gestores da Nação segue a zombar de nossa tragédia. São os conchavos eleitorais do próximo pleito, a guerra de grupos pelo poder, as lucrativas corrupções e o desfile asqueroso de inutilidades que, infelizmente, aceitamos. Passivos. Nós morremos todos os dias dando de ombros ou rindo do nosso infortúnio.
O Brasil sofre com o problema crescente da selvageria urbana ligada ao tráfico de drogas, à violência sexual, ao abandono de crianças e adolescentes e às péssimas influências midiáticas. Como a bisonha novela de um canal aberto que faz o favor de multiplicar a escola das “gatas traficantes” como grife à meninada. E absolutamente nada é feito para conter isso. Não há política de governo, nem protocolo de enfrentamento. Só conversa fiada, teoria sobre a rebimboca da parafuseta, desvio oportunista de verba e ação zero. Enquanto os três poderes e a cidadania não entrarem em campo, com vontade de vencer em nome da verdadeira liberdade, a barbárie vai dominar o jogo. Até agora, a violência conquistou pontos demais. E por W.O.