Se não pelo povo, pelo Palácio
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Agra é um populoso centro industrial na região norte da Índia. Seus problemas com a poluição são os mesmos problemas que qualquer metrópole mundial enfrenta. E que refletem na queda da qualidade de vida, na elevação dos gastos e necessidades com a saúde pública, nos reflexos nefastos no meio ambiente.
Em 1996, a Suprema Corte determinou a transferência das indústrias da região para bem longe. Defensores do monumento protestam, alegam inércia das autoridades públicas que não cumprem o determinado, editando apenas medidas paliativas, como tratamentos estético a base de argila e o afastamento da circulação de veículos. Agora estudam novas determinações restringindo a vida na região ao uso de biocombustível e etc.
Os juízes indianos também estão preocupados com o Templo de Lótus, que está ficando cinza, e o com o Templo Dourado.
Tá, eu concordo que esses palácios precisam ser preservados. Defendo que a preservação da memória e da identidade de um povo é passo determinante para que não esqueçamos que somos, e não nos submetamos ao pior lado da globalização - a robotização humana e sua redução a meros números de consumo. Mas, aí, é outro assunto.
O que me impressiona, e me decepciona, é que tamanho movimento seja feito para defender a vida dos palácios. Não se vê a Suprema Corte da Índia preocupada com o seu povo. Se as autoridades públicas derem um jeito de chutar a poluição para longe dos palácios, tudo certo. Está resolvido o problema. A saúde do povo e o meio ambiente? Ah, quem se importa?
Não salvem os humanos. Nem as baleias. Salvem o mármore!
Mas isso acontece na Índia, né? Ah, essa distância...