Teorema furado sobre todos os lados
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Direita ou esquerda são meras formas de tentar simplificar posições políticas. E posições e ações políticas nunca serão simples. Nós não somos simples. Nem eu, nem você, nem essa massa toda que chamamos de nosso povo. E, se determinada sigla hoje está à esquerda, amanhã sumiu daqui por conveniência. Creio tanto na ideologia de alguns quanto na nota de três reais.
De mais a mais, a vida é maior, bem maior, que uma mera divisão dicotômica. A vida é composta é um caldeirão de fatos, atos, necessidades, sonhos, desesperos, objetivos, desejos. Sim, já fui candidato, e o partido que me indicou – não sou filiado, não posso ser – tem momentos de esquerda. Outros, de direita.
Mas afinal, o que é esquerda e direita, meu povo?
Estes termos vêm lá da Revolução Francesa, onde girondinos liberais e jacobinos centralizadores, entre outras diferenças de posições, resolveram organizar a bagunça do debate e sentar em lados diferentes no salão. Vocês à esquerda, vocês aqui no centro, vocês à direita. Aham, só isso. Os termos pegaram e a história e as culturas os popularizaram. E tem político que enche a boca para se dizer de lá ou de cá que nem sabe disso.
Jamais condeno siglas. Tenho bronca é com pessoas mesmo. Com sujeitos que usam partidos, instituições ou mandatos para levar vantagem. Para lograr o povo. Para matar dezenas, condenar infâncias e acelerar misérias apenas para satisfazer seus egos, ou seus bolsos. Se há um mau policial, não é por ser militar ou civil. É porque ele, e só ele, é safado mesmo. Não a polícia. Se há o mau político, não interessa a sigla. Interessa é a podridão das suas ações e seus reflexos nocivos à comunidade. E interessa mais ainda que não fiquemos calados. Há líderes religiosos heróis que salvam vidas planeta afora, enquanto outros, na história do mundo e das igrejas, usaram a fé para enganar, enriquecer e matar. E foram eles, não as suas igrejas. As pessoas.
Elas são más. Vale a alma, vale o objetivo.
Daí que creio na criatura tocando corações ainda em formação, transformando cidadãos do amanhã.
Já a afinidade do grupo e o que ele se propõe, o que pode aceitar como normal e o que não aceita de jeito nenhum, aí sim, isto pode fazer a diferença. Começarei a acreditar em partidos quando eles expulsarem seus corruptos.
Quais deles expulsam?
Então, que me desculpem os que resumem a vida em direita e esquerda, gremista e colorado (sou Xavante, mas colorado de segunda opção), cristão e ateu, rico e pobre. Talvez eu não aceite as suas rotulações e, de forma bem contraditória, seja mais simplista ainda, pois divido meu mundo entre bons e maus. E fim. Os que ajudam e os egoístas, os que salvam e os que matam. Entre os que posso chamar de amigo e os que só encaro como policial que sou.
É que vivo aqui, entre os que sorriem quando apanham. E também entre os que choram quando, vez ou outra, vencem.