AlphaTauri vem para a briga com uma mescla de novas ideias para a F1 2022

AlphaTauri vem para a briga com uma mescla de novas ideias para a F1 2022

Carro do time júnior da Red Bull busca equilíbrio entre downforce do efeito-solo e aerodinâmica convencional

Bernardo Bercht

Linha de frente chama a atenção com as entradas de ar quadradas

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Na temporada 2022, todo mundo é diferentão na Fórmula 1! A Scuderia AlphaTauri apresentou seu concorrente para o novo regulamento e é a terceira solução diferente em três carros de verdade mostrados. O AT03 do projetista Jody Egginton fica no meio do caminho entre as apostas de McLaren e Aston Martin debaixo da sua bela pintura azul marinho e branca.

Primeiro ponto de ataque da aerodinâmica, a asa dianteira adota um bico bem alongado e um perfil até mais baixo que o da McLaren. A ideia é gerar o máximo de carga ali para compensar a saída de frente natural provocada pelo efeito-solo. Ao mesmo tempo, o time precisa abdicar de uma boa parte do fluxo de ar que iria para os túneis de venturi gerar carga aerodinâmica.

A equipe adotou uma suspensão convencional push-rod na frente e trabalhou bastante o fluxo de ar para compensar a perda na dianteira. Na linha central, o quadrado é o novo redondo... Adotaram uma solução parecida com a Aston Martin de entradas de ar laterais, com dutos quadrados aproveitando o máximo das medidas permitidas pelo regulamento.

Ainda falando dos flancos, a carenagem é bem gordinha na parte superior, mas com um corte inferior extremo. Uma mescla de bastante espaço para explorar o ar debaixo do carro, mas também com sobras na parte superior do assoalho, agora a principal fonte de performance dos fórmula 1. Atrás, um corte de supetão libera ainda mais assoalho, antes da cobertura ser retomada para os componentes de motor. Uma solução inédita, que segmenta a traseira da Alpha em duas partes.

A entrada de ar do santantônio, por sua vez, tem um novo desenho com uma divisória horizontal e muito mais ar disponível para motor, câmbio e sistemas híbridos. A asa traseira não é mais tão importante, então a região pode ser mais larga sem prejudicar muita performance. Como o carro é mais curto e as laterais precisam ter caminho livre, o "estilo Alpine" ataca novamente, com a linha central do carro bem mais robusta. Provavelmente, radiadores, intercooler e outras coisitias foram montadas no entorno do santantônio, dando aquele efeito "troncudo" que vimos nos carros franceses em 2021.

A suspensão traseira é a tradicional pull-rod, sem inventar como a McLaren. A fixação da asa é com dois pontos de ancoragem. Entre as curiosidades, o aerofólio é o primeir a apresentar um gurney flap, apesar de a asa em si ter um formato padrão do carro da FIA, lá do ano passado. Ao mesmo tempo que mostra uma novidade, a Alpha esconde o jogo de como realmente será essa asa traseira.

No geral, um pacote bem harmônico para Yuki Tsunoda e Pierre Gasly tentarem mais resultados fora da curva (mas não fora da pista né Yuki?). Uma mescla de apostas conservadoras em alguns pontos e ousadia noutros. Enquanto a Aston jogou fichas no máximo de downforce, McLaren e Alpha buscam a pressão aerodinâmica "utilizável" e tentam amenizar a tendência dos novos carros de saírem de frente.


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