Brendon Hartley vai estrear na F1 com a Toro Rosso e sua carreira não justifica

Às vezes as coisas escapam um pouco da lógica, mesmo num esporte de altíssima precisão e planejamento como a Fórmula 1. A mais nova surpresa é o anúncio do neozelandês Brendon Hartley para correr com a Toro Rosso no GP dos Estados Unidos. Pelo currículo e experiência prévia do piloto, é nitidamente um caso de ter o empresário certo na hora certa. O famoso "quem me indica".

É preciso levar em conta a excelente temporada atual de Hartley no Mundial de Endurance, com direito a título com a Porsche. Ganhou as 24 Horas de Le Mans, também, mas vale lembrar que foi aquela corrida em que a Toyota implodiu quando caminhava para a coroa máxima do endurance. Fora isso, Hartley contou com os excelentes companheiros Timo Bernhard e Earl Bamber, ambos com mais vitórias e títulos que ele na Endurance.

Já com seus 27 anos, o neozelandês será um estreante tardio e muito por não ter impressionado ninguém nos monopostos. Com duas temporadas de Fórmula 3 Europeia, teve apenas uma vitória e o décimo primeiro lugar no campeonato de 2009, na poderosa equipe Carlin. Fez três anos de Formula Renault 3.5 e nunca conseguiu mais que um segundo lugar em corridas. Por fim, em 12 corridas na GP2, teve como melhor resultado um quinto lugar.

Hartley testou com a Toro Rosso ainda em 2009 e não surpreendeu ninguém com seu desempenho. Tanto que, naquela mesma temporada, foi excluído do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull.

De repente, contudo, aparece do nada para substituir Pierre Gasly em Austin, mostrando que um padrinho forte sempre ajuda. Ou mais de um padrinho, pois quem recomendou Hartley foi o australiano Mark Webber. Resta saber o que ele vai conseguir fazer com essa chance.