Hamilton domina GP da Espanha, Verstappen otimiza tática para ser segundo

Hamilton domina GP da Espanha, Verstappen otimiza tática para ser segundo

Corrida teve batalha frenética na briga pelos pontos, com longas filas cheias de ultrapassagens

Bernardo Bercht

Britânico não poupou nem o quarto lugar, que também levou volta

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A Mercedes não erra duas vezes e, dessa vez, Lewis Hamilton poupou os pneus no começo da corrida e dominou amplamento o GP da Espanha de Fórmula 1. O britânico colocou uma volta de diferença em quase todo mundo e cruzou soberano para vencer sua quarta prova em 2020. Max Verstappen fez até mais que a Red Bull oferecia para fechar em segundo, aproveitando mais um dia abaixo da média de Valtteri Bottas, o terceiro.

A largada foi o momento definidor para a corrida de Valtteri Bottas. O finlandês arrancou mal e foi ultrapassado por três carros. Alinhou em linha tripla com Lance Stroll por dentro e Verstappen por fora, perdeu para os dois. Ainda foi atacado por Sérgio Perez e também perdeu. Recuperou para cima do mexicano apenas na terceira curva, ao fazer valer a melhor aderência da Mercedes 2020, contra a cor de rosa 2019.

Lá na frente, Hamilton usou as primeiras cinco voltas para aquecer mais lentamente os pneus, rodando um segundo acima do que seria o ideal. Com isso, a borracha aqueceu de maneira mais homogênea e permitiu ao britânico começar a abrir da Red Bull de Verstappen. O carro que melhor usava os pneus em Silverstone não foi tão bem assim na Espanha e, logo, Alex Albon já estava parando por borracha nova.

O tailandês voltou bem atrás de uma batalha furiosa entre Esteban Ocon e Kimi Raikkonen. Com a asa móvel, o francês emparelhou, foi espremido pelo finlandês, mas manteve a linha interna, dando um chega para lá. Albon aproveitou para também superar a Alfa Romeo.

Foi a vez, então, de Verstappen parar. O holandês calçou pneus médios e apertou o ritmo para tentar o undercut, mas entrou a 8,5s do líder. Hamilton veio duas voltas depois e, mesmo com uma parada ruim da Mercedes, voltou à frente, com 4s de vantagem. Pelo menos de início, nos pneus médios, o rendimento da Red Bull era melhor, ou Hamilton repetia a tática de conservar os pneus no começo do stint.

No meio do pelotão, ninguém era de ninguém. Kevin Magnussen segurava uma longa fila de gente dando sinal de luz e buzinando com a Haas. Daniel Ricciardo foi o primeiro a passar. Seu companheiro, Ocon, demorou algumas voltas para quebrar a linha de Kevin. Até que, na volta 29, foi com tudo na freada. Albon aproveitou o vacilo para tocar por fora na curva 3 e passou com estilo. Não adiantou muito, contudo, pois Carlos Sainz veio com pneus mais novos de McLaren e superou o tailandês.

Racing Point e Ferrari faziam uma tática diferente da maioria, segurando os pits e voltando atrás do pelotão da festa. Leclerc voltou empolgado e logo passou Kvyat, antes de ir para cima de Norris. Vettel empacou um pouco mais. Perez voltou em quinto, atrás de Ricciardo que demorou ainda mais para fazer o pit. Stroll voltou no meio do bolo, passou Sainz e depois foi para cima de Perez com tudo, sem apelação para o companheiro, e tomou o posto.

A partir da volta 30 começou um duelo furioso entre Leclerc e Norris. Preso atrás da Renault de Ocon, a McLaren sofria muita pressão da Ferrari. O monegasco tentou por fora, por dentro, quase enroscou rodas. Abriu para dar xis, mas não conseguiu passar. Foi fritada de pneu para cá, saída de pista para lá, até que Ocon parou nos boxes e deu uma folga para Norris. A Renault, por sinal, só foi parar na volta 36. Na 37, o motor da Ferrari estolou e Leclerc rodou de forma esquisita. Parecia sinal para um safety car, mas ele religou a máquina e conseguiu voltar à pista.

Quase todo mundo resolveu fazer uma segunda parada e, dessa vez, Verstappen foi um dos primeiros a abrir os trabalhos. Voltou atrás das duas Mercedes, mas a tendência era pelo menos ganhar de Bottas. Muita gente ficou sem pneu rapidamente e a festa de pits começou, dando uma embaralhada na ordem. Com isso, Perez apareceu em quarto e Vettel em quinto, mas com a grande dúvida se parariam de novo. Stroll veio a seguir, babando para cima dos dois, seguido de Sainz.

Entre tapas e beijos, com xingões pelo rádio, Vettel fazia sua melhor corrida do ano e resolveu ir até o fim de pneus macios. Para poupar borracha, inclusive deixou Stroll passar na tentativa de manter o sexto lugar. Mas aí, os pneus acabaram de vez e a turma começou a chegar para passar. Depois de Stroll veio Sainz e, com a pouca velocidade de reta da Ferrari, nem teve chance de manter a posição.

Na volta final, uma longa fila de carros queria o sétimo lugar do alemão, mas ele segurou a onda e finalmente fez uns bons pontinhos.

Lá na frente, Hamilton cruzou tranquilo para sua quarta vitória no ano. Verstappen celebrou um segundo lugar que pelo menos mantém a Mercedes na alça de mira, enquanto Bottas em mais uma corrida fraca, foi o terceiro. Perez cruzou em quarto, mas por conta da penalização sofrida por ignorar bandeira azul, foi superado no cronômetro por Stroll.

Entre os pontuadores, Alex Albon cada vez mais fora da Red Bull foi o oitavo. Pierre Gasly chegou no cangote do piloto da equipe principal com a AlphaTauri. Lando Norris tentou de tudo para passar, mas foi mesmo o décimo, levando o pontinho final.


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